SONHO; ENGENHOS; FÁBRICA DA BAHIA

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Número 18 Edição 01 – Sítio Inhatá, novembro 2002

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SONHO

sonhoPor que vivemos um novo momento?Por que vislumbramos a madrugada alvorecendo diferente?Por que acreditamos nisso?É porque sonhamos. É porque cremos no sonho.Ë porque somos crédulos.São nove horas e trinta e sete minutos, dizia o locutor da 107.9 .Em seguida, repetiu parte do que lemos no jornal A Tarde de 21 de novembro, que, entre aspas ou não, traduzia o sentimento do Presidente do Bird um senhor James Wolfenshn “acreditamos que a recuperação da fome e da pobreza é essencial até mesmo para a manutenção da paz mundial”.E continuava o jornal sintetizando o sentimento do presidente do Bird … ‘Após encontro sentiu-se’ “muito mais contente, extremamente impressionado do que uma semana antes das eleições”… “ele é uma pessoa autentica, sonhadora e responsável. Isso é uma combinação genial”… “Lula tem as mesmas atitudes diante e na ausência dos eleitores. Ele é igualzinho. Isto é emocionante”.Posições como essa do banqueiro, com certeza, despertarão também noutros colegas o lado não capitalista, e a melhoria social também será uma variável a compor suas equações.Acreditamos que muitos dos que fazem parte do setor político também passarão a se comportar de uma forma diferente, percebendo o novo cenário descortinado.Somos crédulos de que o sonho se concretizá, porque de um modo geral não existe apenas uma expectativa, existe sim uma vontade de participar da mudança.Somos crédulos porque existe um sentimento coletivo de participação no resgate desse débito social, pelo qual, e por omissão, falta de força, ou falta de credibilidade, todos se acham um pouco responsáveisNo momento se vislumbra um caminho, uma ponte. O caminho enxergado é o Partido dos Trabalhadores, e a ponte um Silva, é Lula da Silva .

ENGENHOS

yyyMuitos dos engenhos que existiram no Recôncavo não deixaram vestígios nem ao menos registros em livros ou relatórios. Queimados pelos índios, por vingança, destruídos pelos holandeses depois de saques ou das invasões, destruídos pelo tempo e pelas dificuldades econômicas e, talvez, um grande número, também, por falta de importância para serem destacados. Resta hoje em bom estado, ou como ruína, pela quantidade que já foi, um número inexpressivo para comprovar sua história. Até então os relatórios dos vigários sobre as Freguesias, datados de 1757, foram a fonte onde encontramos registrado um maior número deles. Alguns engenhos em ruínas, certificando sua existência não constam dos relatórios, levando-nos a acreditar que foram erguidos num período posterior. Na Freguesia de Santo Amaro, encontramos listados vinte e nove engenhos : Amor de Deus, Baldares, Coligy, Conde, Corumbá, D. Jerônimo, S. Miguel, Do Tanque, Itapimirim, Jericó, Mamão, Mata, Mata do Tararipe, Muribeca, Novo, Passagem de Baixo, Passagem de Cima, Pitanga, Pontaleão, Preguiça, S. Antonio, S. Amaro, S. Brás, S. Catarina, S. Cosme, Subaé, Taranguanhá, Traripe e Três Reis. Na Freguesia do Rio Fundo consta um total de quinze engenhos: Aramaré, Bom Jardim, Brito, Buraco, Camorogi, Inhatá das Religiosas do Patriarca S. Bento, Jacu, Jacuipe, Nossa Senhora de Brotas, Pandalonga, Papagaio, Pernagoá, San Pedro, S. Antonio e Terra Nova. Na Freguesia de S. Sebastião: Laranjeiras, Papussu, Pimentel, Pojuca, Retiro e Terra Nova das Religiosas de N. S. do Monte.do Carmo Na Freguesia de São Francisco do Conde: Buranhem, Capimirim,Catingui, Colônia, Guaíba, Gurgoia Grande, Gurgoia Pequena, Do Macaco, Marapé, Nazaré, Pericoara, Rio das Pedras, S. Bento das Religiosas S. Bento e S. João. Na Freguesia de Nossa Senhora do Socorro: Engenho Cinco Rios, Engenho. de Baixo, Engenho.do Meio, Engenho S. Gonçalo, Lapa Cabana, Mataripe, S. Paulo, Santo Estevão e Tanque. Na Freguesia de Nossa Senhora do Monte estão listados dezanove engenhos: engenho do Monte, engenho Bernamerim, Engenhoca, Quibaca, Cabaxi, Mucuri, Pouco Ponto, Natiba, Mambaça, Limoeiro, engenho da Grama, Lagoa, Santa Cruz, Caruaçu, Novo, engenho de Baixo, engenho D’Àgua. Em Segredos Internos de Stuart Schartz, página 255, consta uma relação, do ano de 1788, de 35 engenhos na Freguesia de São Pedro do Rio Fundo, sendo que apenas nove deles fazem parte do relatório da Freguesia. São eles: Rio Fundo, Pandalonga, Roçado, Paramerim, Paranaguá, Felipe, Mercês,Cima, Camboatá, Canabrava, Quitanga, Oiteiro, Coité de Baixo, Coité de Orobó, Gameleira, Europa, Brejo de André, Brejinho, Gravatá, Pojuca, Alumiar, Santos Apóstolos, Periperi, Jacuipe do Desterro, Carapiá, Picado, Taraquari.

FÁBRICA DA BAHIA

fabrica2A empresa calçadista Free Way inaugurou uma nova fábrica,na cidade de Terra Nova, Bahia, a 80 quilômetros de Salvador. A unidade vai produzir 400 mil pares de sapatos no primeiro ano. O investimento da marca para sua nova unidade é de US$ 500 mil em equipamentos e mais US$ 2 milhões de capital de giro. A nova fábrica conta com uma área construída de 2 mil metros quadrados e mais 3,6 mil metros quadrados a serem construídos ao longo da segunda etapa. Metade da produção da indústria de Terra Nova será escoada através de transporte terrestre para o mercado interno e a outra parte será destinada à exportação, com a distribuição por transporte marítimo e aéreo. A Free Way tem planos de instalar na cidade uma unidade de couro e uma fábrica de solados. Na sede da companhia, em Franca, S. Paulo, a produção diária de calçados gira em torno de 8 mil pares e o faturamento anual é superior a R$ 60 milhões. – Jornal A Tarde de 30.10.2002. Terra Nova de ontem, em pleno funcionamento, atestado pela fumaça que sai do bueiro.Três tempos : T. da Usina, um sinal de ocupação da comunidade; uma imagem de hoje, na mesma área, duas fábricas se instalam para atender o amanhã dessa mesma comunidade. Meu Papelzinho Azul Passou a ter esse nome, depois que desapareceu. Como o primeiro rascunho foi feito numa folha de memorando azul; eu buscava nas minhas pastas, gavetas. Em qualquer lugar em que guardava algum escrito, poderia estar “meu papelzinho azul”. A pessoa que o guardou, por muito tempo, sugeriu que publicássemos no Bangüê.Pois então , atendendo a pedido, o Bangüê reproduz uma cena ocorrida tempos atrás. E de repente eles surgiram. Achei muito bonito, bonito mesmo. Ri e apontei para Isa dizendo: olhe pra ali. Ela virou pro fundo do carro E ainda viu os dois meninos de mãos dadas, caminhando e conversando Dirigindo-se para escola (provavelmente, pois estavam fardados) Podia ter o menino 7 a 8 anos, a menina 6 a 7 anos. Iam de mãos dadas, como dois irmãos, conversando. E eu pensava: poderia ser assim para a gente grande Dialogando, sempre solidária Provavelmente em casa eles brigam, se insultam e se batem Mas, como dois irmãos, lá iam eles para a luta, sem mágoas Sem revés, solidários sempre. A mãe na saída deve ter dito segurem as mãos, Cuidado ao atravessar a rua, E lá iam eles despreocupados, Sem ligar para os perigos fabricados pelo homem Pelos pais. Na escola lhes esperavam as primeiras lições da vida As disputas Foi muito bonito e muito bom pra mim aquele quadro Aquela lição nesta manhã de 434 anos de Salvador De mãos dadas caminhando e conversando Eu daria tudo pra ter um aparelho de escuta Para ouvir o papo no palácio encantado Dos dois.

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