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AS FESTAS POPULARES E O LAZER

Escrito por Viraldo B. Ribeiro
Ter, 12 de Janeiro de 2010 12:00

09 - As Festas Populares e o LazerO terranovense, assim como o povo de todo Recôncavo, sempre foi alegre e festeiro, manifestando-se em festas religiosas e carnavalescas.
Com certeza, a dificuldade de comunicação com outros centros mais adiantados (sem rádio e até mesmo sem luz) tornou alguns terranovenses produtores de suas próprias distrações.

A idealização das festas tinham participação e patrocínio das esposas dos dirigentes (ainda hoje os mais velhos falam de Dona Maju), das professoras e alunos; do padre; das moças e senhoras locais, enfim do povo. Para a construção da igreja, por exemplo, foram realizadas quermesses.
Vale destacar algumas pessoas, ainda lembradas, como grandes colaboradoras nas brincadeiras, principalmente quando ligadas à igreja de São Roque: Chiquinha, Silô, Santinha, Mirêta, Mirian.

A micarêta de Terra Nova, que se realizava no mês de abril ou maio, era muito conhecida e vinha gente de vários lugares. Em épocas diferentes existiram: Os Trinta, Pastorinhas, Amantes da Farra, O Motorista, Viver-Só-Assim, Riso Entre Flores. Esses eram clubes de homens ou de mulheres, e saiam à rua nas tardes domingo, segunda e terça. À noite, faziam bailes à fantasia, com orquestras vindas de Salvador, ou músicos locais. Havia também cordões e batucadas; afoxé; lindramor que saiam pela manhã juntamente com as caretas.
Além desses folguedos de rua havia as comemorações nas casas.
No mês de maio, em comemoração a Maria, em diversas casas rezavam-se durante todo o mês as noites de Maria. Cada noite era dedicada a uma família a quem cabia a responsabilidade de enfeitar o nicho e a sala e, também, de preparar os doces e licores.
Da mesma maneira eram comemoradas as noites de S. Antônio, celebrado no mês de Junho com as Trezenas de Santo Antônio, encerradas no dia 13, dia de Santo Antônio.
No mês de Junho festejavam-se, nos dias 23 e 24 O São João e, no dia 29 São Pedro. Festejos nas casas, nas ruas e nos clubes.
Havia ainda o sábado de aleluia: dia da Queima de Judas.
No mês de setembro, no dia 27, dia de Cosme e Damião, muitos devotos faziam caruru, com muito samba de roda na sala. Era comum, antes de servir aos convidados, colocar sete meninos sentados em roda de uma frigideira cheia de caruru, que era consumido de mão pelos meninos.
Servir caruru era muito comum nas comemorações de aniversário. Nessa ocasião, sem compromisso de preceitos. As graças alcançadas eram agradecidas ao santo com um caruru e permaneciam atendidas por muito tempo, enquanto vivesse quem fez o pedido, ou o agraciado.
Nos ritos de candomblé, herança dos negros, serviam-se comidas com base no azeite. Em Terra Nova, sempre houve muitos terreiros de candomblé e um dos mais conhecidos foi o de Zé do Carmo, um preto alto e simpático. Seu terreiro era na sua casa, no Brejo Grande.
Nas quermesses de fim de ano armavam-se muitas barracas na praça, onde funcionava jogos de azar, argolinhas. Durante o dia tinha pau de sebo, corrida de saco. quebra-pote.
Era muito comum, nas quermesses, dramas coordenados por grupos de moças e senhoras entre elas Chiquinha, Silô, Mirêta, Santinha, Marocas, Mirian. Esses eventos foram muitos freqüentes e importantes para a construção da Igreja de São Roque.

cinema4O cinema era outro tipo de lazer disponível
para a população, O primeiro e único cinema chamava-se Cine Teatro Brasil. O prédio foi derrubado depois, dando lugar ao Fórum. Está ainda na lembrança de dona Jacy
Bezerra “O cinema foi inaugurado em 1937, me lembro do filme A Pequena Órfão. Acho que foi 15 de novembro”. Os filmes eram passados nos fins de semana.

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