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ESCOLA DO PÁSSARO PRETO

Escrito por Viraldo B. Ribeiro
Sáb, 16 de Maio de 2009 17:04

Será que perdemos a guerra pra nós mesmos?
Será que é uma fase natural no processo?
Olhando-se pra trás, alguns acham que não.
Outros dizem que o mundo está pior do que nunca.
Até dizem: antigamente não era assim.
Um menino de dezesseis anos
Ali na delegacia respondendo por um roubo
Era o primeiro dia de dezembro,
Terra Nova ano dois mil e três.
Como ias pagar, se não trabalhas?
Foi a pergunta na sala de espera.
Com o dinheiro da Bolsa Escola.
Ninguém se escandalizou.
Com dinheiro da Bolsa…
Ele que estava ali,
Na delegacia, com a mãe,
Acusado pelo roubo de uma bolsa/
Com dinheiro do Bolsa-Escola
Pagar por um Pássaro Preto roubado?!
Eu botava outro no lugar.
Apressou-se a mãe.
Será que perdemos a guerra pra nos mesmos?
Botava outro no lugar…
Sou paga para ensinar e não para desapartar briga,
Justificou a professora.
E um menino de dez anos morreu.
Morreu no hospital,
Espancado por colegas da mesma idade.
Tá na A Tarde, primeiro dia de dezembro,
Salvador, ano dois mil e três.
Vira encargo da polÍcia
Quando a família e a escola.
Perdem a luta.
É preciso escandalizar-se.
Embate novo.
Arma nova,
Participação.
Outrora – Família, Escola, Vizinho.
É preciso: Família, Escola, Comunidade.

Viraldo

Professor Juvenal – Juvenal Alves dos Santos. É dele a narração sobre o primeiro dia de moagem, botada, nas usinas do Recôncavo, que publicamos no Bangüê.

Adolescente, já manifestava sua preocupação com o social, levando-o a participar, nesta faze de sua vida, no Sindicato dos Trabalhadores das Usina, liderando o movimento na Usina São Bento do Inhatá.

Trabalhou na Petrobrás, quando ainda era o Conselho Nacional de Petróleo. Deixou a Bahia e foi para Roraima, de onde esperava chegar à Venezuela com a finalidade especializar-se em alguma área sobre produção de petróleo. Foi aconselhado a desistir do intento, pois lá na Venezuela correria risco de vida.

Inscreveu-se num concurso na área de educação, em Roraima, tirando primeiro lugar, chegando a ser Secretário de Educação.

Voltou para Bahia, ingressou como funcionário na Secretaria de Educação, onde com competência e desenvoltura exerceu quase todos os cargos.

Segue o relato:

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