FREGUESIA DE SÂO SEBASTIÃO DO PASSÉ

Escrito por Administrator
Sáb, 01 de Setembro de 2012 15:15

matriz_de_so_sebastio_do_pass_20100206_1020382186Noticias da Freguesia de São Sebastião das Cabeceiras do Passé, Arcebispado da Bahia pelo Vigário Callado o reverendo licenciado Felipe Barbosa da Cunha (1757).
Tem esta freguesia 400 fogos com 2000 almas, ds quais 100 somente de confissão. Principia esta freguesia no sítio chamado Pinheiro, distante da cidade 12 léguas, que lhe fica para a parate Sul, por onde parte com a freguesia de Nossa Senhora da Encarnação do Passé. Corre a dita freguesia para o Norte com quatorze léguas de comprido e termina no sítio da borda da Mata, onde se divide com a freguesia do Espirito Santo do Inhambupe de Cima.
Tem de largura seis léguas, divide-se pela Leste com a freguesia de Santo Amaro de Ipitanga e pelo Oeste com a freguesia de Nossa senhora do Monte e com a freguesia de S. Pedro do traripe e Rio Fundo, toda em terra firme.
Há nesta freguesia três Capelas filiais Nossa Senhora da Soledade sita no engenho Retiro, a de Nossa Senhora das Merces sita no engenho Pojuca e a de Nossa Senhora do desterro, sita no Engenho Laranjeiras.
Há também três oratórios aprovados com breves Pontifícios em casas de pessoas particulares, e há mais além das referidas capelas e matrizes, uma capela de Nossa Senhora da Conceição dos religiosos de Nossa Senhora do Monte do Carmo sita em um engenho de fazer açúcar chamado Terra Novaque tem sua religião nesta freguesia no qual assistem dois religiosos sacerdotes.
Há nesta freguesia oito engenhos de fazer açúcar, a saber: o engenho do Retiro, oengenho Pojuca, o engenho Pimentel, o engenho das Laranjeiras, o engenho Papuassu, o engenho da Terra Nova dos religiosos de Nossa Senhora do Monte do Carmo. Distamestes engenhos de um a outro uma a duas léguas.
Estes engenhos são as maiores povoações de que se compõe esta freguesia, porque, além de serem os senhores deles pessoas disstintas, trabalham nesta oficina quantidade de escravo e muitos homens forros, havendo também neles muitos lavradores de canas, que as plantam para moer nos ditos engenhos dando-se-lhe a meação como é estílo, vivendo estes em fazedendas distintas que fazem corpo com os mesmos engenhos.
De sessenta e dois sítios mais se compõe esta freguesia, os quais não chegam a ter nomes de lugares nem povoação pela pouquidade dos moradores que tem, pois o maior não passa de oito vizinhos descendo até o número de um, quase todos pobres que vivem de plantar mandiocas para fazer farinha, distando um do outro um quarto de légua, meia e uma légua.
Cortam e passam por esta freguesia três rios grandes e caudelosos no tempo de inverno, mas nenhum deles navegável de gênero algum de embarcações, por darem sempre vão no tempo de verão, e no invernousm os moradores de canoas somente nas passagens, tendo também pontes de madeira nas estradas mais seguidas, e nas outrs partes uns troncos de paus grossos e compridos, a que chamam de pinguelas.
Um dos tais rios é o Pojuca que nasce na freguesia de São José das Itapororocas e atravessa pela freguesia de São Pedro de Traripe e Rio Fundo, corta esta freguesia e desemboca no mar junto à torre de Garcia D’Avila na freguesia de Santo Amaro de Ipitanga.
O rio Jacuipe, que tem sua nascente em Nossa Senhora de Oliveira dos Campinhos, passa pela freguesia de S. Pedro do Traripe e Rio Fundo, corta por este junto a Igreja Matriz, e vai acabar no mar na freguesia de Santo Amaro de Ipitanga tres légua distante da mesma Torre de Garcia D’Avila.
O rio joanes que tem seu princípio na freguesia de S. Gonçalo da Vila de São Francisco passa por esta e vai morrer no mar na freguesia de S. Amaro de Ipitanga distante da mesma Torre de Garcia D’Avila seis léguas.
Distam estes três rios dentro dos limites desta freguesia duas léguas, emeia de um a outro. Há mais nesta freguesia quatro rios muitos humildes, os quais têm suas origens nesta mesma freguesia e nela mesma acabam, entregando suas águas nos três rios acima referidos. Denominamos estes: Gerembé que nasce no Retiro e se mete logo no Jacuipe; Taquipe que tem sua origem no Retiro e se mete também no Jacuipe; o Beirinha que nasce no sítio do Araçá e desemboca no rio de Joanes; o Juquimirim que nasce no Brejo da Barra no dito rio Joanes.
Há numeráveis fontes por todo o distrito desta freguesia nos quais bebem os moradores dela, e alguns se formam no tempo do inverno. Alguns córregos, a que os naturais não deram nome por não merecerem.
Tem fogos 410, almas 2640.

Pesquisa realizada em agosto de 2002.
Viraldo

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