Antídio Roque

Entrevista com Antídio Roque em 25 de setembro de 2015 (baseada em gravação)

Antídio Roque– Nasceu na Fazenda Sapucaia em 1.915, aos 4 anos de idade com sua avó materna veio morar em Terra Nova, numa casinha de taipa na rua Quinta Feira, terreno pertencente ao Sr. Rufino, era única casa. No quintal tinha uma fonte pertencente a Sr. Emiliano, morador do fundo.

Depois o terreno foi comprado pela Usina, acho que pertencia a família dos Paiva Luna; daí se começou as construções das primeiras casas de Seu Felipe Acácio, Sabino Lopes.

Depois morou em quatros a cinco lugares: Rua da Palha, “morei em uma casa aqui em cima aonde Lurdes mora fonte Chicão numa casa de palha”; no Outro Lado, na Rua da Estação, na Rua de Pepeu, até que a minha mãe foi morar com um primo, e esse primo foi pra Fazenda Boa Sorte, e eu fui passar uns dias lá, pois estava de férias da escola. Depois retornei, morei no Caípe, no Dornel e na Rua São Roque. Ali cresci e fiquei rapaz, fui trabalhar na Usina aonde aprendi a arte de carpinteiro. Dá Usina arrumei uma casa, naquele tempo alguns trabalhadores moravam em casas da Usina.

Começou a trabalhar na Usina aos 15 anos, 1.930, meu Mestre chamava Pedro Luís dos Santos, morava lá no Dornel.

Meu Mestre brigou na usina e foi trabalhar em São Bento, e ele pediu pra eu ir com ele, eu ia segunda-feira retornava no sábado, até os meus 18 anos. Trabalhava de empreitada, no início recebia um cruzeiro, depois passou pra dois até que passei a ganhar 1.500 por dia.

Depois foi morar com sua mãe em Boa Sorte, onde seu padrasto era feitor, trabalhei lá de 1.934 a 1.939 como carpinteiro. Em 1.939 não quis trabalhar, mas lá, voltei para Usina de novo.

À volta para Terra Nova- Tudo era uma empresa só (Boa Sorte, São Bento, Terra Nova).  “Eu vim pra um trabalho em São Caetano, aí eu não queria voltar pra Boa Sorte, me mandaram procurar o gerente da Usina- Dr. Raimundo Freire, ele me disse que estava precisando de um carpinteiro vem pra cá”. Mas como o meu trabalho era muito aceito, e ficou Dr. Raimundo quando tinha um trabalho na casa dele e daqui a pouco a mulher dele, pedia ao mestre Manoel Romão- Chefe da Carpintaria, que o mandasse um carpinteiro aqui “manda Antídio, manda Antídio”. Passado uns tempos, vai Dr. Raimundo fazer um trabalho lá em Salvador, consertar umas portas, como em Salvador as serralherias, não consertavam as portas; queriam vender porta nova, Mas Sr. João Freire- Pai de Dr. Raimundo Freire, queria remodelar as portas aproveitando o modelo antigo. Aí Dr. Raimundo chamou “Antídio, vamos lá a Salvador, meu pai tem um serviço” isso foi em 1.946. Remodelei essas portas todas, quando eu estava pra terminar Dr. Raimundo falou:

– Olha venha que Mané Romão vai se aposentar você vai ser encarregado da Carpintaria.

– Ah, mas tem Elias!

– Mas eu quero você.

Aí quando eu vim de lá em 1.947, já vim pra tomar com da carpintaria como encarregado, pois eles queriam que eu tomasse conta, ali fiquei até quase me aposentar. Até porque todos os trabalhos que eu fazia eram muito procurados.

O comércio- (Alfaiataria, Sapataria, Barbearia) – Eles viviam em função da Usina, pois se não existisse a Usina eles não tinham vida, então os operários trabalhavam na usina compravam os roupa [tecido] com o dinheiro que ganhavam, e pagavam os alfaiates para costurar. Naquele tempo tinha Cheirinho, Belarmino, depois veio Lotas, Turma Zinho botou tenda de alfaiate, e aqueles alfaiates novos que também dependiam da Usina, pois era um dinheiro que saia para os operários da Usina, que vendia o dia e no dia do seu pagamento, recebiam o dinheiro passavam na rua chagava na tenda cortava o cabelo. Tinha Sr. Manoel Francisco como sapateiro, Verun, que tinha sua sapataria na esquina da Rua Quinta feira. Por último um rapaz de Santo Amaro, chamado Arnaldo que também consertava sapato. A Usina Tinha um time chamado UTN, veio um sapateiro chamado Aurélio e abriu a primeira sapataria.

Depois veio o pessoal de Irará Lotas, aquela turma, que trouxeram Maurilio que também colocou uma sapataria. Tinha Mané Seleiro que consertava sela isso e aquilo, que também trabalhava consertando sapatos, mas não era um bom sapateiro ele trabalhava melhor em sela. Mas em sapato mesmo, Maurilio era bem procurado, e Aurélio sapateiro eram os dois melhores sapateiros que existiam.

Já como barbeiro tinha Eduardo Barbosa, meu colega de escola, tinha Oscar, Sabino Capenga, Arthur de Sr. Pedro, Mané Kekeu. Tinha a tenda de Sabino [Mestre], que tinha um ou duas pessoas trabalhando com ele, tinha a tenda de Marinho cabelereiro que também juntava um e dois trabalhando, depois Mané Kekeu tinha uma tenda que sempre tinha um ao outro que trabalhavam com ele, que pagava os seus ajudantes da seguinte forma.

Dia 29 de Novembro de 2006- POSIÇÃO GEOGRÁFICA DE TERRA NOVA- [Entrevista baseado em gravação de mídia]

Banguê (Viraldo) – Antídio estamos no centro da cidade de Terra Nova, virado pra nascente, pra frente da igreja posicione Terra Nova a partir daqui.

Entrevistado- Em minha frente aqui, mais ou menos está o município de Catu, a minha direita está o município de Santo Amaro, na minha costa fica São Bento que é Amélia Rodrigues, a minha esquerda está situada à cidade de Teodoro Sampaio.

Banguê- Ok, Antídio então ficou, mais ou menos definido a posição geográfica de Terra Nova. Me fale agora da estrada de ferro.

Entrevistado- A estrada de ferro lá de Santo Amaro com destino a Bom Jardim, chegando a Terra Nova, 1ª estação [estação principal da estrada de ferro, Estação Terra Nova] daí atravessávamos a ponte de ferro sobre o Rio Pojuca, entrando no comércio antigo, comércio velho. Dentro do comércio se tinha uma estação velha de madeira um pouco tosca [Ponto Ceen, em frente dá praça], ali o trem parava fazia descarga ou carregava também, e seguia viagem com destino a Bom Jardim. Via Bom Jardim, entrava numa Fazenda Caraconha, tinha aquelas casas salteada uma distante da outra. E logo na saída do centro da cidade, com o passar dos tempos, se emancipou e muitos anos se passaram, fizeram um ponto adiante, todo de construção muito bem feito nessa época Terra Nova já era cidade; e continuando essa linha seguia até o rumo de Sapucaia, com algumas casas a margem da estrada de ferro, até isso eu alcancei em 1920.

Banguê- Esse ponto novo Antídio hoje é o que em Terra Nova?

Entrevistado- Esse ponto novo foi demolido, o prefeito chegou aí acabou porque disse que ficava no meio da praça, no meio da rua, era um elefante branco, quase, que ficava lá, e ao lado construiu um parque para as crianças brincarem, um para que de diversão, fizeram um pouco adiante dessa estação.

Banguê- Então Antídio a gente viu aí, que o ponto novo que saiu do centro da cidade, ele teve serventia até quando o ramal ferroviário, o ramal de Santo Amaro a Bom Jardim existiu. Depois foi demolido já com a cidade emancipada e se criou o que temos hoje lá em Caraconha, que é o Mega Show.  Agora me diga outros pontos importantes da ferrovia aqui em Terra Nova na direção de Bom Jardim especificamente no limite com Sapucaia?

Entrevistado – Depois do Mega Show nós encontraremos, mais adiante o Barracamento. E, do Barracamento a gente subia em direção à Fazenda Sapucaia. E subia para Bom Jardim.

Banguê- E entre Sapucaia e o Barracamento não existia outro local assim, que possa ser citado?

Entrevistado – Existia a casa de D. Cecê, lá já perto de Sapucaia.

Banguê- E, Antídio, o que é que é o Barracamento?

– O Barracamento era uma avenida sinhá de uma meia dúzia de casa, e ali existiam os garimpeiros, aqueles que prestavam serviço na Estrada de Ferro. Eles viviam no Barracamento.

Banguê- E, na época, o Barracamento era povoado por casas ou só existiam essas casas? Tinha outras casas em torno do Barramento?

Entrevistado – É muito difícil as casas. Depois do Barracamento encontrava umas casinhas intermediárias. Tinha duas casinhas ou três, aí não tinha mais casa. Tudo era mato beira da estrada, pela estrada de ferro mato puro.

Banguê- A quem pertencia essas terras entre Sapucaia, o Barracamento, D. Cecê… Porque, pelo o que sei a terra mal já teve ali naquela região. De quem era essas fazendas? Fale alguma coisa aí?

Entrevistado – A fazenda de D. Cecê pertencia a Usina São Bento e adiante ali tinha uma lastreira que a Usina São Bento tinha terra para conservação da linha. Tinha mato, desse mato então tirava lenha, botava ela no ponto, as locomotivas chegavam pegavam essas lenhas levavam tudo para São Bento. Pertencia a São Bento.

Banguê- Esse ramal que você está falando que pertencia a São Bento aqui dentro de Terra Nova pra tirar lenha e lastro, onde era a agulha dele?

Entrevistado – Era pequeninho, tinha o Barracamento e logo em seguida tinha uma entrada sinhá, era pequena um negócio de uns 500 metros, 400 metros, nem tanto era a distância que tinha ele.

Banguê- Era em que sentido?

Entrevistado-Subindo em direção a Bom Jardim ficava a nossa direita.

Banguê- Então, antes de pertencer a São Bento, essa área aí que a gente definiu, entre Sapucaia e o Barracamento, pertencia a quem, antes de pertencer a São Bento?

Entrevistado-Está área, essa fazenda que hoje tem Caraconha que foi de São Bento, pertencia a Família Pacheco, era quem era o dono das fazendas de Terra Nova.

Banguê- Então quem vendeu as terras para Usina São Bento, foram os Pacheco?

Entrevistado -Morreu o velho, uma parte da herança foi vendida para São Bento- a Rocha Lima que era dona da Usina São Bento.

Banguê- Então, Antídio, essas fazendas pertenciam aos Pacheco. Então me parece que os Pacheco era uma família importante em Terra Nova. Tinha outras fazendas aqui em Terra Nova?

Entrevistado – Sim, tinha outras fazendas, mas a que importa são as fazendas que ficavam em torno de Terra Nova, eram dos Pacheco, era conhecida pela dos Pacheco. Os Pacheco eram o pai, Dr. José Pacheco, Sr. Américo Pacheco, que eram os antigos donos.

Banguê- Antídio, quando eu conheci a Família Pacheco, a fazenda era dividida com Dr. José Pacheco, ou seja, já era praticamente Godó, filho dele José Pacheco e Arthur Pacheco e os irmãos. Me fale aí da divisão dessa Fazenda. Você sabe alguma coisa, desse inventário como foi dividido realmente essa Fazenda?

Entrevistado – Pelo alto o que eu sei sobre a Fazenda, em morte do antigo dono, foi dividida entre três herdeiros: Uma parte ficou pro Dr. Américo, outra parte par o Dr. José Pacheco, e outra partem para outra irmã herdeira que essa a primeira que vendeu essa por que não queria aqui, vendeu para Usina São Bento. Essa fatiou e hoje é a fazenda São Caetano.

Banguê- Então Antídio, nós voltamos aqui novamente, para continuarmos nossa conversa hoje já dia 30 de novembro de 2006. Eu vou tentar fazer um resumo daquilo que nós já conversamos ontem, principalmente essa parte das fazendas. Você fez uma imagem ontem de Terra Nova a nível dos donos das fazendas daqui de Terra Nova, você disse mais ou menos, que os Pacheco era a clara de um ovo, seja e o centro de Terra Nova seria uma gema, que essas aí pertenciam à D. Lulu na verdade era família de D. Lulu (Professora Lulu). Posteriormente com a divisão das terras dos Pacheco, foi dividida em três partes: Uma parte coube a uma filha dele, que vendeu para a Usina São Bento. Onde São Bento tirava lenha, cascalho. Então essa parte mais alta que nós chamamos a parte do morro era uma parte inicialmente pertencia aos Pacheco e a outra parte aos Paiva Luna (que eram os Pais de D. Lulu). E cá, mas pro Dornel, pertencia aos Pacheco, mas você me falava ontem, mas eu não gravei o nome dessa outra proprietária da fazenda que ficaria provavelmente entre a fazenda, entre um pedaço da Fazenda Pacheco e D. Lulu. Como era o nome dessa pessoa, e volte a posicionar essas terras.

Entrevistado – A dona dessa terra era uma senhora conhecida como D. Joaninha, e era D. Joaninha arrendava as terras para o pessoal fazer casas. Ficava localizada na divisa do Dornel, que pertencia aos Pacheco, e a outra parte fazia uma ligação com a parte de dos Paiva. Ela tinha uma quantidade de terra que margeava do Morro à margem do Rio Pojuca.

Banguê- Tudo bem. Então pelo que a gente vê os Pacheco, eram o dono de toda Terra Nova. Você poderia dá uma palhinha aí dos rumos da Fazenda Pacheco.

Entrevistado – Pelo meu entender e aqueles historiadores velhos que ia lá com o Pacheco, Terra Nova assim: Essa Fazenda dos Pacheco vou dá um exemplo, ela começava a dividir a Fazenda Caraconha com a de Sapucaia; de Sapucaia ela fazia divisão com Aramaré; de Aramaré para o rumo do Triunfo; de Triunfo ela margeava Rio Fundo, tinha-se Mata do Brito, a Mata do Rio Fundo; do Rio Fundo ela pegava os Santos Apóstolos; Engenho Novo; ela entrava na direção de Paranaguá; saia em Santa Rita; de Santa Rita ela margeava chamava a Fazenda Coceira também dos Pacheco; fazia rumo de divisa com Papagaio; de Papagaio ela subia tinha Fazenda Contendas; que depois passou a ser Indiana. Em Contendas ela entrava numa Fazenda chamada Purgadeira, tem a Baixada da Purgadeira, o Alto da Purgadeira, hoje está situado o Cemitério, aquela baixada toda. E aí subia passava lá Mata da Caraconha, da Mata da Caraconha em direção a Sapucaia, encontrava a Sapucaia. De forma que ela fazia esse em torno em toda Terra Nova, pertencia aos Pacheco em um círculo fechado.

Banguê- Então a gente vê que Terra Nova era uma fazenda só. E essa posse dos Pacheco, incluía o centro de Terra Nova onde nós começamos a conversar?

Entrevistado-Não! Não incluía nada. Terra Nova era assim, espécie de um miolo em forma de uma clara de ovo, em torno dessa clara aquela gemazinha no meio. Então essa gema do ovo, era da família Paiva, Paiva Luna, era aqui o centro, E ao outro lado da nascente existia outra nesga de terra que pegava do Alto dos Pacheco fazendo rumo da cabeceira com os Pacheco, o outro lado com o Pacheco e aí fazia uma ponta com Rio Pojuca, que era quase um triângulo, e outro lado divisão com os Paiva, que pertencia a uma senhora chamada Joaninha.

Banguê- Então a gente poderia precisar esse rumo de D. Joaninha com os Paiva aqui do lado do Dornel?

Entrevistado – Podemos sim, porque o Dornel dividia com os Pacheco, e do outro lado para o centro da cidade era uma linha, que descia do cemitério para o Barracamento da Usina, e chegava ao Rio Pojuca quase em nada, um anguluzinho; e lá em cima no cemitério era mais larga.

Banguê- Antídio, você tem falado sempre nas terras de D. Joaninha, bem menor que a área de D. Lulu, mas que se concentrava um maior número de casas do que na parte de D. Lulu, me diga aí, porque acontecia isso?

Entrevistado-Acontecia porque D. Joaninha abria mão para arrendar os terrenos, fazer as casas. Mas a Prof.ª. Lulu ela era muito intransigente, ela não alugava os terrenos, ela arrendava e o pessoal procurava mais D. Joaninha, então que se tinham muitas casas, era um terreno pequeno, mas cheio de casas.

Banguê- Mas nessa época que você está se referindo a D. Lulu, na verdade era a família de D. Lulu era os Paiva Luna, que também devia ser uma pessoa exigente.

Entrevistado – Sim, era exigente, a fazenda era dividida, uma parte eu já não conheci o pai de D. Lulu, mas uma parte era do irmão e a outra parte de D. Lulu. Mas eles não abriam mão para todo mundo morar não.

Banguê- Então vamos falar agora um pouco sobre o centro, que onde nós tomamos como ponto de apoio, ponto de referência. Me fale um pouco aí do centro, quantidade de casas, se a feira já existia, o mercado. Você já falou que o Ponto Ceen era na verdade ali também, me fale sobre isso, como era o mercado, como funcionava ali um comércio? O que pertencia a D. Lulu?

Entrevistado – O comércio não tinha não tinha mercado, era um barracão aonde o povo vinha de 8 em 8 dias, para fazer a feira, e aquelas casas comerciais, tinha duas ou três lojas de tecidos, umas duas ou três casas de materiais, de molhado, era o que existia no centro comercial, era pequeno um centro muito pequeno, tinha era umas casinhas de morar, tinha uma rua chamada Rua Chile, e tinha outro canto a não ser o comércio.

Banguê- Então Antídio, nós estamos no Ponto Ceen, estamos defronte do nascente, então eu queria que você posicionasse e a ponte está, mas a direita, então eu queria que você posicionasse onde era o Barracão de madeira ou de zinco sei lá, e essas lojas desses pessoais Sr. Margade, fale aí, por favor?

Entrevistado – A minha direita tinha uma loja, ao meu lado direito, numa esquina da Campos, depois Sr. Magarde, descendo a minha direita Januário Bispo tinha uma loja de tecidos e molhados, depois de uma lojinha de Celestino Bispo um comerciozinho pequeno, tinha uma outra casa acho era um Italiano, tinha Pendelú e aí descia tinha um tenda de cabelereiro Sabino Capenga, ao lado tinha casinha pequeno de Avelino Firmo que tinha uma vendia também, e aí descia o Dornel, e ao meu lado esquerdo tinha uma loja de Sr. Pedro Gonçalves que vendia tecidos, uma casa de residência que tinha um gringo chamado Salim e também não tinha mais nada. Descia o ramal de tirar terra da Leste, e descia em direção ao Dornel. E ao meu lado em direção a ponte, tinha uma rua chamada Rua Chile, somente à direita que se tinha uma rua de casas, tinha pequena, baixinha. Agora do lado esquerdo de onde eu estou em direção à ponte, não existia casa nenhuma, era matagal, era brejo em direção à ponte.

Banguê- Tudo bem Antídio, então a gente a Rua Chile que você falava continua também chamando de Rua Chile, que foi a Rua de Didi Teles, a rua da farmácia de Vavá, é a rua que hoje mora a Família Bezerra e a rua do banco, essa a Rua Chile que você se refere tudo bem. De outro lado entre a linha e a Rua Chile não tinha casa nenhuma, entre a linha férrea e a Rua Chile, você citou também sobre Magarde que era num ponte de onde hoje está o mercado, e essas outras casas eram na direção ali por Maurilio antes do em torno da igreja, mas no sentido do Dornel. Agora eu queria que você falasse do Barracão, e provavelmente aonde existia a feira, matava boi.

Entrevistado – Na minha frente do ponto Ceen, onde passava a estrada de ferro, ao lado descendo ao poente a frente estava o Barracão, esse Barracão era onde fazia a feira dia de semana e todo domingo reunia o pessoal e fazia a feira. Matavam boi, vendia farinha, feijão, era no centro hoje atualmente é a praça municipal, e a minha direita descendo ao Dornel, de onde eu estou citando, ao lado de onde é o mercado velho, ali era uma loja de Sr. Pedro Magarde, em seguida tinha uma loja Januário Bispo, uma venda de Celestino, tinha Sr. Pendelurde que vendia molhado, e depois tinha uma tenda de cabelereiro de Sr. Sabino Capenga, e aí ia em direção ao Dornel.

Banguê- E o Barracão! O Barracão provavelmente era concentração, era de cobertura, e esse Barracão desapareceu quando foi construído o mercado?

Entrevistado – Esse Barracão desapareceu porque o tempo lembra que deu um temporal e o Barracão desabou. Foi um sucesso danado aquela poeira danada, e ficou um tempo sem onde ter onde fazer a feira. E aí foi quando era (do) município de Santo Amaro, e o município fez um mercado onde era loja de Sr. Pedro Magarde, e aí fez o mercado que até hoje existe esse mercado.

Banguê- E a Rua da Palha se falava muito, de vez em quando eu converso com algumas pessoas que falam sempre dessa tal Rua da Palha. Você sabe alguma coisa dela, se ela é dessa época que estamos conversando, de 1920?

Entrevistado – Sim, e descia ali onde é à entrada da igreja hoje, aí tinha uma pracazinha, tinha muita malva, naquele tempo o delegado pegava mulher de vida livre, e pegava pra prender, pra castigar. Botava as mulheres pra rancar os matos, rancar malva, nessa direção da Rua da Palha. Essa Rua da Palha entrava aonde era a igreja hoje, ela saia e vinha em direção ao Dornel. Hoje essa Rua da Palha tem o nome de Domingos Lima da Conceição. Tinha um moncado de casa de pindoba, aquelas casinhas de gente pobre e ali chamava de Rua da Palha. As mulheres gostavam de sambar, faziam aquele samba uma folia, era uma rua muita distraída naquele tempo.

Banguê- Então, nós já destacamos aí como interessante na época, a Rua Chile, a Rua da Palha. Agora eu queria que você me contasse um pouco a história assim, da Rua da Quinta Feira?

Entrevistado – A Rua da Quinta Feira eu aquilo de cor e salteado. Foi quando eu vim morar com os meus três pra quatro anos, fui morar ali só tinha uma casinha, uma casinha de sopapo, de um Senhor que chamava Rufino, tinha um filho chamava Herculano Teiú. Ele criava uma junta de boi, ali era uma malhada onde prendia boi, e ali tinha a casinha. Eu morei ali, mas era minha vó, me arrumou uma morada. Era mato bananeira danada, um matagal irado, e ali eu vivi um moncado de tempo. Mas certa época, a Usina Faltou dinheiro, a Usina trabalhava 6 dias por semana, a Usina aí cortou um dia, feriado. Esse feriado foi escolhido era dia de quinta feira, e os operários da Usina, vou citar o nome de alguns: Tinha um com o nome de Zeca West, Sabino Lopes, Firmino Alves e outros. Foram fazer casa, e o que pra fazer as casas, eles não tinham dinheiro pra fazer a casa, então reuniam eles no dia de quinta feira e faziam aquele mutirão. Cada quinta feira eles reuniam, davam uma ajuda a um, na outra semana dava ajuda ao outro, até que começaram essas casas. Aí construíram umas 10 ou 12 casas hoje é uma praça, um largozinho cheio de casa. Por essa razão, por esse construído as quintas feiras o mutirão, o povo decidiu por o nome Rua da Quinta Feira.

Banguê- Oh Antídio, é só pra que nós precisemos um período, uma data de quando ocorreu esse mutirão de casa na Rua da Quinta feira, que está ligada a um período do que a Usina não passava bem financeiramente, e deu um dia de folga aos operários, pra diminuir digamos assim a folha. Dessa época já pertencia a Magalhães a Lir (Lavoura Indústria Reunida)?

Entrevistado – Eram sim, essas construções que ocorreu na Rua da Quinta Feira, foi mais ou menos na década de 30, e Magalhães comprou essas Usinas em 22 por aí assim. E essas construções na Rua Quinta feira, como acabei de citar é pela década de 30 por aí assim [Vide História da Bahia, de Luiz Henrique Tavares, pág. 366].

Banguê- É Antídio, então a gente agradece e vamos continuar, vamos tentar formar um grupo, e a gente chamaria Contadores da história de Terra Nova, a gente já citou o Paradorá, você, Mario Pinga, me falaram de Gilu. Então eu queria que a gente criasse esse grupo harmônico e registrasse essa História de Terra Nova.

Entrevistado – Muito bem estou aqui, as ordens, o que estiver ao meu alcance e do meu conhecimento eu posso relatar.

Dia 01 de Janeiro 2008 – SINDICATO TERRA NOVA – Mês Fevereiro Antídio

Antídio Roque – Acho que antes de Otavio Nunes teve Cirilo Souza, [sobre Otavio Nunes como primeiro presidente do Sindicato das Usinas de açúcar].

– Otavio Nunes veio de Santo Amaro e trabalhou nos escritórios da Usina, foi Lima Teixeira que incentivou Otavio para suceder Cirilo Souza, Otavio Nunes liberou greve dos empregados eu não era envolvido, quem era muito envolvido era Gilu, o pessoal de São Carlos era muito agressivo. “O pessoal de São Carlos vem aí para arrancar os trilhos”.

– Grupo de Otavio Nunes – Gilu, Pedro Barros, Argemiro Cardoso, Pequeno da Paixão. O grupo de Otavio fez com que Dr. Raimundo, gerente da Usina ficasse trancado dentro de casa, os operários de São Bento também eram agitados.

Dia 02 de Fevereiro 2009 – Em 31/01 – ANTIDIO – Ermelino Teles não se tirava uma pedra em Terra Nova sem Ermelino está no meio, quando fizeram o cemitério de Terra Nova eu estava em Boa Sorte quando morria uma pessoa da área ia enterrar em Rio Fundo, ele então achava que aqui já cabia um cemitério e ele lutou por isso, ele conseguiu com Dona Lulu ou Dona Joaninha ou os Pacheco que eram donos do terreno [ai se juntavam as 3 fazendas].

No dia da inauguração no dia da festa (palavra indecifrável) ele se recostou na sombra do pé do São Gonçalinho e disse “que quando morresse, queria ser enterrado naquela sombra” foi ele quem criou o cemitério.

Ermelino nasceu no Jacu a mãe chamava Trindade o pai não me lembro de, pois, quando o conheci eu estava na escola e ele já trabalhava na Usina como Apontador (na escala hierárquica da Usina o 3º ou 4ª era o Apontador) logo depois o Gerente não estava: Se dizia o senhor procure ali Ermelino; pelo seu carisma na Usina ele intermediava tudo da comunidade com os diretores. Se ia fazer uma festa era com Ermelino, quermesse era com Ermelino, arranjar emprego era com Ermelino, não era um homem bonito era de altura mediano, era mulato. Sua mãe era preta tipo Dona Elisa do mingau o pai deveria ser branco, não sei se era da família Teles (Didi, Henrique Teles).

Dia 30 de Março 2011– Bangüê – Antídio – Em novembro de 1947 O Pojuca encheu e danificou a cabeceira da ponte. A Brasil maquina da Usina, estava no outro lado da ponte (Comercio). O trem de passageiro quando chegavam às classes eram puxadas pela Brasil e levadas (continuar) a viajem até Bom Jardim.

Duque e amigo de Antídio, desde a escola primaria Professora Conceição. Em 1924 ou 1925, no fundo do Ponto (estação de trem) ele passava e Duque o chamou na tenda de Seu Candido (pai de Candinho). “José do Carmo sentado na cadeira cortando o cabelo” disse é meu pai venha conhecer.

Dia 25 de Abril 2011– Bangüê em 26/04 – Em conversa com Antídio:

O Ramal Pacheco deve ser a mesma linha de Catita, era a única máquina que entrava nas linhas do canavial dos Pacheco. A linha-Ramal começava mais ou menos no pontilhão onde hoje é o mata burro na estrada Terra Nova Aliança (Próximo a este ponto se entroncava com a linha de Santo Amaro). Evitava o Brejo- Aguada próxima à casa de Seu Ricardo; subia no sentido São Bento se entroncava com a linha que vinha de São Bento no Brejo de Arroz (pelo lado de São Bento) daí seguia para o ponto 3 hoje São Caetano, na época Engenho Periperi, seguindo provavelmente para o Engenho Aramaré, provavelmente no trecho Brejo de Arroz Aramaré. Foi este o nome do ramal Aramaré.

Dia 10/11 de Novembro 2011– Bangüê – Antídio – A Usina São Bento fechou em abril 1954, por volta 1924 começou o micareta em Terra Nova- MICARENE, que foi idealizado por Dr. Jaime e Dona Maju e foi executado no Jardim do Chalé, que ia até dentro da área da Usina que foi aplainada, mais ou menos no mesmo período o Senhor Leopoldo Lopes (era preto), criou um terno de rapazes com o nome de União do Povo; Calça branca com faixa avermelhada da cintura a perna, a camisa estampada e um galopim. O ensaio era na casa de sua mãe Sinha Lucena. Era acompanhado por pandeiro e castanhola (não tinha tamborim) e às vezes um instrumento de sopro.

Música- Nós somos é pátria amada, união do povo e conquistado…

Os nossos dois guardas de honra faziam toda a folia para nos dar valor e mantinha a cantoria. Com música do carnaval que chegava às mãos de Cuíca de Santo Amaro, na sequencia veio o Balancê (inspirado pela música) criado por Vitoriano irmão de Gumercindo e Jaime Fobia veio O Viver Só Assim, criado por Ermelino Teles.

Os Trinta foram dos anos 30 formados por Ermelino Teles, 30 rapazes, 30 cavalos não tinham orquestras, desfilava na rua, era ligado Ao Viver Só Assim, veio as Melindrosas de Almerinda, Amantes da Farra (Seu Dantas e Dona Maninha).

Me leva Meu Bem – O Riso foi nos anos 40 (inicio) nos primeiros bailes parece que eram na Escola (casa que mora Violeta) foi formado aí as pressas (escondido) era política com o Viver Só Assim. Didi, Florisvaldo, Jorge Valente (Genes) as moças foram trazidas de Rio Fundo, Santo Amaro (quase todas de fora e brancas) não entravam negras.

Fez o clube para o segundo ano – (Fui o encarregado do telhado) nem pessoas de outras terras nem pretos não podia entrar. Seu Aurélio começou como retalhista de molhados, depois é que virou grossista.

Dia 10 de Janeiro de 2013 (Fora da Agenda) – Hoje em Terra Nova, voltamos a conversar com Antídio. Dessa vez sobre os caminhos que as tropas de burro de mel, e as boiadas percorriam para chegar a Santo Amaro. Essa trilha se deu no tempo das usinas, que foi o rastro deixado pelas boiadas, carro de boi e tropa de burro no tempo dos engenhos.

 

Dia 14 de Maio de 2014 (Fora da agenda) – Hoje, conversamos com Seu Antídio Roque (99 anos em junho):

– Confirmou, de ouvir falar, que a professora Lulu foi ensinar inicialmente no Jacu, por falta de Escola em Terra Nova;

– Seu pai, que morava em Caraconha – casa da fazenda, hoje transformada em duas, construiu a casa (hoje duas umas de Tote e a outra de Miguel Santana). (Foram separas depois de adquirida por comprada pela Usina Terra Nova), para servir de residência da professora Lulu após casamento com… E Escola.

Para construção da residência/escola de Dona Lulu, os tijolos e telhas foram fabricados na Olaria existente no fundo da Casa da Fazenda.

Nossa conclusão, analisando as datas é de que a Primeira Escola de Terra Nova foi criada entre 1885 e 1886.

– Seu Antídio como era o nome da escola (Seu Antídio foi matriculado em 1922 com sete anos).

– Escola Municipal de Terra Nova do Pojuca.

– Estou perguntando para confirmar o que você sempre responde sobre o nome de Terra Nova do outro lado da Usina.

– Não tem Jacuípe que tem o nome do Rio Jacuípe; não tem o município de Pojuca.

Dia 16 de Setembro 2014 – Bangüê – Em 17/09 – Antídio- No ano de 1947 o Pojuca teve uma de suas maiores cheias à cabeceira da ponte sua sustentação foi retirada pela força da água. O trem [Da Leste] teve que fazer um baldeio com a locomotiva-Brasil que estava no lado da Praça. As Classes eram empurradas até um ponto no meio da ponte, daí era arrastada por uma corrente pela Brasil. Os passageiros passavam de pé pela ponte no retorno [Catu içara] fazia-se a mesma manobra. Essa situação levou 2dias, tempo de construção de uma fogueira de dormente. Antídio foi com outros carpinteiros fazer a passagem de madeira [lastro da ponte].

Salvador, 09 de Fevereiro de 2020.

(Mateus Luna/ Viraldo)

 

Entrevistas de Antídio Roque

Hoje em Terra Nova, dia 10.01.13, voltamos a conversar com Antídio. Dessa vez sobre os caminhos que as tropas de burro de mel, e as boiadas percorriam para chegar a Santo Amaro. Essa trilha se deu no tempo das usinas, que foi os rastros deixados pelas boiadas, carro de boi e tropa de burro no tempo dos engenhos.

Foi apenas uma pergunta entremeada por diversos questionamentos durante a resposta.

– Antídio, qual foi o caminho que a tropa de burro de mel fez para chegar a Santo Amaro?

– 1 quando partia de Paranaguá: Bião/terra Nova Velha/Seu Ricardo [começo da Linha de S. Bento] /Artur Malembá [esquina da Rua de Baixo] /Rio Pojuca {[ponte para o sentido de Aramaré] /São Caetano/Aramaré/Mucuri/Propósito/Miranda/Surucucu/Ladeira de Tomaz Alves/Rua do Cruzeiro/Comércio de Inhatá/Bangala//Bolandeira/Rio Pinum/Ladeira da Lapa (Beco de São Bento) – Paranaguá/ S. Amaro, Estrada Real-.

2 – São Bento Santo Amaro, Ladeira do Tombador/Tebaida//Engenho Novo/Lixa/Sacramento/Santo Amaro.

3 – Terra Nova/Santo Amaro, Brito/Bela vista/Aliança/Cazumba/Engenho Velho/São Carlos/Sacramento/Santo Amaro (fundo do Bomfim)

4 – Estrada da Boiada, Aramaré/Mucuri/Sapé /Propósito/São Bento/Lapa/Feira.

Veja o depoimento de Seu Antídio Roque: Quando fizeram o cemitério de Terra Nova eu estava em Boa Sorte; quando morria uma pessoa ia enterrar em Rio Fundo. Seu Ermelino Teles achava que aqui já cabia um cemitério, e ele lutou para isso. Ele conseguiu com Dona Lulu ou com Dona Joaninha ou os Pacheco, quem era o dono do terreno (mais ou menos nesse local se juntavam as fazendas). No dia da inauguração ele se recostou á sombra do pé de São Gonçalim e disse que quando morresse queria ser enterrado ali, disse apontando para a planta.

– Foi ele quem criou o cemitério de Terra Nova.
Outras pessoas devem ter relatos que merecem constar na história
do Cemitério de São Roque, mas, temos três momentos importantes:

– Quem foi o responsável, quem, pensou quem buscou;
– A data da inauguração;
– O primeiro corpo enterrado.

Terra Nova ano de 2009.

 

A Rua da Palha era uma rua de muita folia, as mulheres faziam muito samba lá;

Marcelino Presepeiro fazia todo dois de julho seu terno de Pastorinha

 

A Cooperativa dos Operários criada nos anos 20 do século passado pelos operários da usina. “Eles se cotizaram e a viabilizou, depois é que a Usina comprou dos operários. Começou a funcionar num imóvel próximo onde hoje é o mercado” Sr. Antídio Roque.

Servia aos operários através a apresentação de vales fornecidos pela usina.

 

Atacadista Aurélio Cerqueira.  A firma de Seu Aurélio abastecia as vendas e pequenos armazéns em lugarejos próximos de Terra Nova, até mesmo outros municípios utilizando tropas de burros, carro de boi e a Ferrovia. A pequena firma de Seu Aurélio empregava, diretamente, umas 20 pessoas, pouco mais pouco menos de dez pessoas no escritório. Tinha um funcionário para negociar as mercadorias com os clientes. Às vezes esse preposto acompanhava os tropeiros até o destino das mercadorias.

 

Sr. Antídio Roque, mestre de carpinteiro, nascido em Terra Nova em 1915, entrou na escola de D. Lulu, quando tinha sete para oito anos. “saí da escola por ter tomado uns bolos e quase perdi a mão. Fiquei uns tempos sem estudar, pois não tinha outra escola, a não ser uma em Terra Nova Velha paga, mas minha avó não podia pagar”. Entrou depois para a escola da professora Conceição, que funcionava no lado da Usina. Quando tinha 11 anos, voltou para D. Lulu, pois as escolas passaram, por determinação do governo, a separar meninos de meninas. “Eu não queria voltar, mas minha vó me obrigou”;

Sobre a queda da Ponte de Terra Nova temos alguns depoimentos constantes no trabalho “A Ponte Caiu”

Um dia Seu Antídio Roque, numa das mil conversas, disse – Eu estava trabalhando na casa de Violeta – filha de Joanito Bacelar, [na casa funcionava uma escola] muita chuva, muita trovoada, [mais uma enchente] foi nesse dia que a ponte cedeu felizmente a Brasil [maquina da Usina] estava do lado de cá, por isso o trem de passageiro não foi interrompido; os passageiros desciam das classes, passavam de pé sobre a ponte para o lado do Comercio, a Brasil puxava acorrentada uma a uma as classes vazias, e prosseguia a viajem até Catu içara – Bom Jardim [Teodoro Sampaio], o mesmo procedimento era feito no retorno para Santo Amaro.

Dia 14 de dezembro de 2006 – Conversamos hoje com Paradora e Antídio. O assunto foi a interpretação de dois fatos da usina Terra Nova. Um fato bem conhecido com os bueiros recentes e o mais antigo. O segundo fato tem data de 1929. Se assim foi um dos bueiros não é o natural pois este foi doa anos 50. Quem construiu foi Doutor Monteiro que chegou para administrar em 1951; que o Bueiro de ferro caiu, ai foi construído o segundo, inclusive a moagem passou para São Bento o Bueiro de Ferro era pichado todo ano para ser conservado. O bueiro envergou no meio sendo obrigado a ser derrubado

Terra Nova não tinha cemitério enterrava-se em Rio Fundo.

Dia 25 de agosto de 2007 – Telefonamos para Antídio Roque (Terra Nova) que confirmou a denominação Terra Nova da Pojuca para o centro de Terra Nova, a parte dos Paivas – Dona Lulu, para diferenciar de Terra Nova, a parte dos Pachecos – Caraconha, Periperi, São Caetano…

Quando ele escrevia o dever na escola de Dona Lulu no cabeçalho escrevia – Terra Nova da Pojuca

Dia 29 de junho de 2015 – Seu Antídio (hoje com 100 anos) começou a estudar na escola da professora Lulu “tomei uns bolos e deixei a escola Um colega fez um fuxico e a professora acreditou”. Apesar de ele negar o ocorrido (acho que foi que eu tinha mordido a hóstia) ela deu 12 bolos nele a mão inchou e ficou roxa.

Avó quis tirar satisfação não deixaram. Ela tirou seu neto da escola que deixou de estudar pois nesse tempo por falta de outra escola masculina [a escola era separada: para meninos e pra meninas]

A avó se mudou para roça acho que ele frequentou uma “escola” em Terra Nova velha.

Tempo depois, contra sua vontade ele retornou para dona Lulu quando ele chegou foi assim recebido:

– olhe Zita filha de (Dona Lulu) aquele menino que furou a mão no espinho de laranja

– no espinho de laranja não, foi bolo que a senhora deu

-olha ele continua de pescoço grosso

Dia 09 de dezembro de 2015 – Vim de Sapucaia com uns 03 anos. Fui morar na Quinta Feira (não era assim chamada) casa só tinha uma, o resto era um curral cujo proprietário era Rufino pai de Herculano Teiú que era carreiro. A junta de boi era de Rufino a malhada era para seus bois .

Pedro Teiú era neto de Rufino também chamador de boi.

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.