Arthur Inácio

Terra Nova 01 de setembro de 2006

 

Banguê (Viraldo)- Vamos conversar um pouco com Arthur Inácio, ele que foi de tudo um pouco aqui em Terra Nova, chegou aqui como enfermeiro, foi jogador de futebol, vereador. E hoje é uma das pessoas que tem guardado dentro de sua cabeça, muita coisa da história de Terra Nova. Então Sr. Arthur Inácio, estamos aqui nós dois amigos de certo tempo já de longas datas. Eu queria que você falasse um pouco da sua história, da sua chegada aqui em Terra Nova.

Entrevistado- Eu antes de vim para aqui, eu fiz um curso de enfermagem, lá no Hospital Santa Terezinha, depois eu fui trabalhar no Hospital das Clínicas, o diretor do Hospital das Clínicas, que era o mesmo diretor do hospital daqui [Terra Nova], Hélio Silveira. Que me contratou para vim para Terra Nova, após do desastre que houve com caçamba, feriu muito trabalhadores, e os colegas daqui ainda não tinham treino, foram pegos assim mesmo pra trabalhar no hospital. E eu tinha um curso, eu cheguei e vim pra qui, no dia 25 de fevereiro de 1955. Fui trabalhar no hospital, eu acostumado em Salvador, eu quando me apresentava aqui era de gravata. Nessa época a diretora do hospital me chamou e olhe: – Venha à vontade, pois aqui é uma fazenda e não precisa você vim assim.

Banguê- Você trabalhou no Hospital da Usina, você chegou aqui esse hospital já existia. Você se lembra de quanto tempo você trabalhou no hospital?

Entrevistado- Eu trabalhei dentro do hospital durante 09 anos, um ano eu fui transferido para São Bento, pra tomar conta de lá, porque lá os médicos não iam lá, e eu era quem tinha experiência, eu tomei conta do posto de São Bento.

Banguê- Então Arthur, pelo que você está me afirmando, você deve ter deixado o hospital no ano de 1965. E daí em diante?

Entrevistado- Depois que eu fiz o acordo com a Usina e sair né, sair e abrir um postinho sobre minha experiência de saber dar injeção, fazer curativo em dedo(?), essas coisas todas eu abrir um posto. E fiz um acordo com Vavá Melo, e eu também vendia medicamento lá no meu Postinho. De acordo com Vavá Melo, que me fornecia os medicamentos, e depois Dr. Simeão que já tinha uma farmácia em Salvador, e começou a me fornecer. E meu Posto foi pra frente. Depois eu fui convidado a trabalhar, na prefeitura aí eu não tinha, mas condição aí fechou o posto.

Banguê- Arthur, essas questões de data, normalmente a gente se atrapalhou um pouco. Você pode novamente pesquisar essas datas, é por que eu estou fazendo umas contas aqui e não estão dando certo.

Entrevistado- Eu quero retificar que ao invés de 10 anos eu trabalhei 09 anos, no Hospital. No dia 20 de setembro de 1964, fui convidado para trabalhar na prefeitura, como Arrecadador de Rua. Dois meses após o prefeito Edito Teles, mandou me convidar para que no outro dia eu me apresentasse que eu iria ser o Secretário de Administração. Fiquei com Edito Teles, como Secretário de Administração, 06 de abril de 1968. Foi quando eu assumir a Prefeitura, porque o Edito Teles não podia entregar a Prefeitura a Lourival. Porque estava havendo um problema com ele, e ele não pode entregar a Prefeitura, então eu assumir a Prefeitura na véspera e entreguei a Lourival.

Banguê- Muito bem Arthur, então você foi Prefeito de Terra Nova, por um período curto, mas foi prefeito. Então me diga aí, você foi realmente prefeito por quanto tempo, e porque você assumiu a Prefeitura na condição de Secretário.

Entrevistado- Na época, ainda não existia Vice- Prefeito, eu era o Secretário de Administração, foi eu que assumir, e eu que sabia também de tudo, que tinha as condições de assumir a Prefeitura, e entregar ao Prefeito Lourival. Portanto eu fui Prefeito de Terra Nova por 24 Horas.

Banguê- Muito bem Arthur Inácio, agora você com essa vivência toda, da política de Terra Nova, quase que a partir da emancipação. Você tem como fazer um resumo, desse período no nível dos prefeitos, o período que eles exerceram, e também até se possível os nomes deles todos?

Entrevistado- Pois não, na década de 60 as eleições eram realizadas em 15 de novembro, e os eleitos só tomavam posse em 07 de abril. O primeiro prefeito de Terra Nova foi o Senhor Edito Teles de Menezes; ele foi eleito em 1962; e tomou posse no dia 07 de abril de 1963; e o término de seu mandato foi da 07 de abril de 1967. O segundo prefeito foi o Sr. Lourival Leite Neves, ele tomou posse em 07 de abril de 1967, e o término do mandato foi em 07 de abril de 1971. O terceiro prefeito foi o Sr. Luiz Teles de Menezes, que só governou por dois anos, por motivos de quererem que houvesse coincidência de mandato, como se fosse voltado Governador e Prefeito juntos. Aí ele governou de 1971 a 1973. Depois o Sr. Lourival Leite Neves, o quarto prefeito, aí já mudou a eleição já começou em outubro, ele governou de 1973 a 1977. O quinto prefeito foi Sr. José Raimundo da Silva Lima conhecido como Zeca Caio, ele governou 1977 até 31 de dezembro, porque os prefeitos quando encerram os mandatos deles, vai até 31 de dezembro, por que no outro dia ele não pode assinar nada. Então ele governou até 31 de dezembro 1982. Por uma Lei Federal, ele governou 06 anos, porque queria que houvesse uma medida coincidência de mandato. Aí uma Lei Federal, que as prefeituras, poderiam já terem Vice-Prefeito. O primeiro prefeito da nossa cidade foi o Sr. Jonas Pereira.

Banguê- O primeiro Vice- prefeito!

Entrevistado- O primeiro vice-prefeito foi Sr. Jonas França, [Jonas foi o primeiro prefeito que teve um vice-prefeito- Antônio Mario Bezerra- Lego] ele governava por 06 anos. Não houve a coincidência de mandato. O Sétimo Prefeito, foi o Sr. Eduardo Vinhas Valente, que teve como Vice-Prefeito o Sr. Benedito Evangelista de Jesus, governou também por 06 anos, mas também não houve a coincidência de mandato.

Banguê- Esse mandato, essa coincidência de mandato eram para com o Governo do Estado ou para com o Governo Federal?

Entrevistado- Só fazia uma eleição, mas depois eles descobriram que o nosso povo ainda não estava preparado, para votar em tanta gente de uma só vez. Sr. Eduardo Vinhas Valente, governou de 1982 a 1988. O oitavo

Pronunciamento de Artur Inácio (23.07.09) – ex-vereador do município: “Quando acabou o Centro, só se telefonava através a Estação Terra Nova (Lourival era o Agente Chefe). Com Zeca Caio (prefeito) veio a Telebahia, ele construiu o Centro a Telebahia foi inaugurada em 1979; o prefeito era José Raimundo da Silva Lima – Zeca Caio. As telefonistas eram Carmem, Rita e Ligia (funcionárias da prefeitura)”.

 

 

Continuação – 07/03/2020

 

Entrevistado- O Sr. Eduardo Vinhas Valente, governou de 1982 a 1988. O sétimo prefeito, foi o Sr. Jonas Pereira de Jesus, que teve como Vice-Prefeito Antônio Mario Bezerra, eles governaram de 1992 a 1996. O oitavo prefeito, foi o Sr. Francisco Hélio de Souza, conhecido como Jajá, o Vice-Prefeito Dr. Evandro Bispo de Jesus, eles governaram de 1996 a 2000. Ele por motivos da Lei de Prefeito e Governador, para que pudesse se reeleger para concorrer às eleições, ele se elegeu novamente.

Banguê- Mas isso aí que você está falando, é que o prefeito sem afastasse, poderia se candidatar?

Entrevistado- Então ele governou de 1996 a 2000, no primeiro mandato. No segundo mandato dele, ele governou de 2000 a 2004. Em 2004 se candidatou o Sr. Roque da Cruz de Leão, tomando posse em 01 de janeiro de 2005, vai governar até dezembro de 2009.

Banguê- Quem é o vice-prefeito de Roque Leão?

Entrevistado- Foi Sr. Jonas Pereira de Jesus. E por incrível que pareça, Sr. Jonas Pereira de Jesus foi prefeito…

Banguê- Então Arthur demos uma interrompida, hoje já são 06 de setembro, e eu queria que você desse sequência falando aí dos prefeitos, das câmaras.

Entrevistado- Didi Teles foi Prefeito de 1963 a 1967, os vereadores foram: Eduardo, Carlito Amaral, Carlito Santos, Flávio Godofredo Pacheco, José Raimundo da Silva Lima, Ademário Leite Neves e Luiz Teles.

Banguê- Arthur me diga o seguinte, a gente está logo após o período da revolução, a câmara era remunerada?

Entrevistado- Não, os vereadores recebiam um Jeton certo, uma gratificação, mas não eram remunerados ainda não.

Banguê- Tudo bem, então continue aí na sequência dos prefeitos?

Entrevistado- De 67 a 71, foi Lourival Leite Neves, os vereadores foram: Arthur Inácio, Arthur Pacheco, Agripino Praxedes, Luiz Teles, Ademário Leite Neves, Jonas Pereira de Jesus, Milton Brasil de Menezes. De 71 a 73, foi Luiz Teles o Prefeito, dois anos como nós já falamos antes, os vereadores foram: Edito Teles, Humberto Sena, Vavá Melo que é Waldeck Melo Lima, (Jaiminho Teles), Flávio Godofredo Pacheco e Milton Brasil de Menezes. O Presidente foi Humberto Teixeira. De 73 a 77, foi novamente Lourival, os vereadores foram: Arthur Inácio, (Gertrudes de Souza), Valdomiro Lopes, Ducenor Pacheco, Jonas Pereira de Jesus, Wilson Washington de Souza e Flávio Godofredo Pacheco. Os presidentes foram Wilson e Flávio Godofredo Pacheco. De 83 a 89, foi Eduardo Valente, os vereadores foram: Arthur Inácio, Élson Alves Maciel, Claudionor Cerqueira dos Santos, Cecília dos Santos, (SostinhoLiberlino Oliveira), José Anísio, Dr. Sergio, Dr. Evandro, Maria de Lourdes, Nelson Vilela. Os presidentes foram: Nelson Vilela, Élson e Sergio, porque foram seis anos. Em 89 a 93 foi o Sr. Jonas Pereira de Jesus, vereadores: Claudionor Cerqueira dos Santos, José Carlos Moreira, Dú, Julieta, Iaiá, Ademir, Otávio, Jajá, Nailton e Evandro. Os presidentes foram Borô e Claudionor. Faltou um vereador aqui Miguel. De 93 a 97, foi Sr. Eduardo Valente. Os vereadores foram: Borô, Nôca, Jajá, Ernani, Iaiá, Edinho, Manoel da Paixão, Vera, Antônio Luiz e Evandro (Dr. Evandro).  Os presidentes foram Borô e Manoel da Paixão.  De 97 a 2001, Jajá, Vereadores: Vera, Joilton, Edézio, Edinho, Otávio, Dú, Pai de Santo, João, Manoel da Paixão, Iaiá e Borô. O presidente Dú e Joilton. De 2001 a 2005, voltou a ser Jajá, tendo os vereadores: Joilton, Jason, Véu, Gabriel, Edinho, Edézio, Hélio, Borô, Dú e João. Presidente Joilton e Hélio. De 2005 até 2009, foi Sr. Roque da Cruz de Leão. Os vereadores: Edézio, Edinho, Iaiá, Passinho, Neide, Nilton, Humbertinho, Gabriel e Dú. Eu quero salientar aqui, que eram sete vereadores, e a partir de 1977 e 83, passaram a nove. Depois de 89 a 93, onze vereadores e agora caiu para nove vereadores novamente.

Banguê- Arthur Inácio, nós sabemos e você confirmou aí, a remuneração dos vereadores. Inicialmente, eram Jetons, mas sabemos também, que com a Revolução, a remuneração para vereadores era para a cidade, com população acima de dez mil habitantes. Queria que você precisasse, dissesse alguma coisa, você que foi um vereador atuante aqui em Terra Nova.

Entrevistado-Como eu falei pouco antes, sobrea Revolução as cidades com menos de dez mil habitantes, e por incrível que pareça de 66 a 67, aqui tinha dois mil e pouco eleitores. De 67 a 71, passou a três mil a quatro mil.

Banguê – Então vou fazer uma retificação, não era população, e sim eleitores?

Entrevistado- Era população, mas também contava os eleitores, como foram 1966 e outra coisa funcionário vereador, não recebia Jeton, só recebia Jeton aquele que não fosse funcionário, o funcionário vereador não recebia. A partir de 1977, passou os vereadores a terem, não era um salário, mas dava pra… Mas aí eles botavam como um salário. E nesse tempo, como quem fazia a folha dos vereadores era a prefeitura, ainda era a prefeitura. Depois passou a Câmara ter sua conta própria em 1987, quando Eduardo foi prefeito e foi Élson Alves Maciel que trabalhou para ter a Câmara a sua própria conta. E para a felicidade nossa, o primeiro contador da Câmara de vereadores, um filho da terra, Carlinhos que nós chamamos de Servilho.

Banguê- Tudo bem Arthur, nesse período de Revolução, ou mesmo fora da Revolução, houve algum caso de renúncia, de impeachment na Câmara de Vereadores de Terra Nova ou de prefeito?

Entrevistado- Houve, em 65 renunciou o Sr. José Raimundo da Silva Lima conhecido como Zeca Caio, Assumiu Sr. Zacarias Bispo da Silva. Em 66, Eduardo Vinhas Valente renunciou, e assumiu o Sr. Cesar do Jacu. Em 1970, o vereador Flavio Godofredo Pacheco, tomou licença e a pessoa que está de me entrevistando Sr. Viraldo assumiu duas vezes. Em 1973, Sr. Arthur Pacheco Pereira, renunciou na hora, assumiu o Sr. Wilson Washington de Souza. Em 1983, Wilson Bispo dos Santos, assumiu no lugar de Arthur Inácio dos Santos, porque ele foi ser o Secretário do Prefeito. E nesse mesmo período, teve a primeira cassação de mandato de um vereador de Terra Nova, o Sr. José Anísio assumiu Sr. Maurício Silva.

Banguê- Até o ano de 61, Terra Nova era um Distrito de Santo Amaro da Purificação, consequentemente, era um Distrito modesto, sem estrada ligando as principais estradas do Estado, internamente como poucas construções. Você seria capaz de identificar, a partir desse período, as obras, a gente falava e você identificava a partir daquele período Sr. Arthur Inácio.  Estamos no período, em que Terra Nova, desligou-se de Santo Amaro, se você seria capaz de identificar a cada gestão, a cada Prefeito, as obras que foram surgindo?

Entrevistado- Didi Teles o primeiro Prefeito, ele instalou o Ginásio Oscar Pereira de Magalhães, em Terra Nova a iluminação pública, era um caos, fio de arame, porte de ferro. E Edito foi o primeiro a colocar porte de cimento em Terra Nova, ele não fez mais, ele fez vários calçamentos e tudo. Ele não fez mais por que ele instalou o Município, o Município era um Distrito que nada tinha antes, nos beneficiou aqui com o Ginásio e na iluminação.

Lourival foi no tempo da Revolução, ele construiu o Colégio Castelo Branco e o Américo Pacheco Pereira, tudo da educação hoje que estou falando.

Veio Luiz teles, construiu lá em Aramaré um Colégio João Dantas, se você me perguntar se esse Colégio existiu eu digo que não, porque na época o Sr. José Antônio de Carvalho, sercou o Colégio com cana e as crianças não podiam entrar, cana e gado.

Veio o Sr. José Raimundo da Silva Lima -Zeca Caio ele só construiu o Colégio Antônio Carlos Magalhães, e a Telebahia naquela época.

Veio o Sr. Eduardo Vinhas Valente, que colocou água no Jacu, adquiriu toda área do Bairro do Caípe, começou a construção do Estádio, adquiriu o Chalé onde hoje é a Prefeitura, e as escolas Arthur Valente, Valdeck Ornelas, Maria de Lourdes, Recanto Emília, Rogério Rego, Margarida Oliveira da Glória, João Apóstolo, Dr. Lourival, Roberto Duran, Cônego Liberato, Antônio Mendes, Alerte Magalhães, o posto do Banco do Brasil, porque o Banco Bamerindus foi embora.

Banguê- Então continuemos Arthur, com as obras desses nossos prefeitos.

Entrevistado- Luiz Teles, todos têm consciência que ele foi dois anos, ele construiu na Fazenda Aramaré, a Escola João Dantas, ele adquiriu o terreno era da Usina; o terreno onde hoje Valdeck Ornelas, o posto de Saúde João Durval Carneiro; Ele adquiriu a Cesta do Povo que é da Prefeitura. Negociou a energia com a Coelba, pois a Coelba já ia deixar a cidade sem energia, ele negociou com a Coelba e nós não pagamos nada a Coelba do nosso débito. O débito da cidade e a Coelba passou a explorar a conta de luz na cidade. Não fez muito porque só foram dois anos, como disse antes.

Banguê- Então estão aí os relatos das obras no governo de Lourival Leite Neves, Eduardo Valente, Didi Teles que foi o primeiro e Luiz Teles de Menezes. Continuamos aí.

Entrevistado- Apesar de seis anos de mandato, mas foi um prefeito que trabalhou pouco o Sr. José Raimundo da Silva Lima. Ele construiu o Colégio Antônio Carlos Magalhães. A Telebahia que hoje não existe mais ajudou em limpeza de colégio e tudo mais. Mas foi um Prefeito que trabalhou muito pouco aqui em nossa cidade.

Agora vem Jonas Pereira de Jesus, o Jonas França. Jonas França, ele começou a com construção do Colégio Cesten. O posto do Rio Fundo, mas também não terminou. Procurou fazer alguma coisa no estádio, mas logo não deu continuidade.

Quando veio o Jajá, o Jajá construiu o Colégio César Borges, o Centro de Abastecimento, levou água de Terra Nova Para o Rio Fundo, que lá não tinha água. Transformou o Chalé da Prefeitura. O Banco do Brasil, que não é o posto, que passou a funcionar como Banco com o próprio Jajá. Ampliou todas as escolas do município, murou todas as escolas. Terminou o Estádio, fez o Mercado do Jacu e do Rio Fundo. Um Posto no Caípe, quatro quadras de esporte, um parque infantil, uma lavanderia, o sanitário público, fez o Megashow, que tem o nome de Pedro Souza. Agora teve uma coisa, que ele fez que muito não saiba, onde hoje é edificado a escola que tem o nome da mãe de Cesar Borges, ali foi a Escola Padre Liberato, construído por Eduardo. A Escola Padre Liberato, construída no Rio Fundo por Eduardo, Jajá demoliu e surgiu a escola que tem o nome da mãe de Cesar Borges. Como também a Escola castelo Branco, foi Construída por Lourival Leite Neves, ele desmanchou toda, demoliu e construiu a Escola AnaciBispo Paim, situada dentro da cidade de Terra Nova. Outra obra de Jajá é a Creche Tia Maria, era o Colégio Arthur Valente, construído por Eduardo Valente, e hoje é nomeada Creche Tia Maria.

Banguê- Arthur Inácio, uma das obras que a gente considera importante, para a população humilde, mas humilde das humildes que mora nessa parte do morro daqui de Terra Nova, que a gente acha muito importante, é que hoje essas ruas todas são protegidas muros de arrimo, estão todas calçadas. Como se uma grande escada de pedra, fosse construída de cá em baixo até lá em cima no último andar onde está localizado o cemitério. Então me diz Arthur que Prefeitos começaram essas obras?

Entrevistado- Olha este benefício com foi falado do que foi feito, para os moradores que estão naquela parte do morro, foi feito por Jajá. Na época, isso eu me lembro bem, ali foram 120 caçambas de pedras. Ele, mas &&, mais 400 sacos de cimentos, fora a mão de obra, ferragem. Hoje beneficia toda a população que mora a baixo.

Banguê- Abaixo do morro, e no próprio morro?

Entrevistado- Sim, no próprio morro. Era muito difícil se carregar um defunto por causa da ladeira, que não dava condições de levar. Aí já uma grande do Sr. Eduardo Vinhas Valente, que ali foram quebradas as pedras a tiros, e calçada hoje qualquer carro sobe até o cemitério. Agora aquela área do cemitério todas aquelas Ruas do Cemitério, a Rua do Cruzeiro, também foram beneficiadas por Jajá.

Se nós de Terra Nova formos colocar na ponta do lápis, nós vamos ver que 50 % do calçamento de Terra Nova, foi feito por Sr. Francisco Hélio de Souza.

Banguê- Então, nós já relacionamos várias obras de vários de todos os prefeitos. Mas eu queria que você desse algumas informações sobre a Comarca, sobre o Fórum, sobre a Ponte de Ferro que teve aqui e hoje já é uma Ponte de Cimento. Eu queria que você me dissesse alguma coisa, sobre essas obras?

Entrevistado- Sobre a Comarca, que me esqueci de relatar foi no tempo de Eduardo, falar logo sobre a Comarca. A Comarca foi no tempo de Edito Teles, essa Comarca ia ser na nossa vizinha cidade Teodoro Sampaio. Tendo aqui um engenheiro Dr. Almir Menezes, que era o engenheiro no tempo de Edito, e falou, ele era suplente de Deputado, assumiu a cadeira um, e ele disse que Bom Jardim a ter uma Comarca, e ele achava que Terra Nova tinha mais condições de possuir uma Comarca. Ia ter um casamento da filha dele, e o prefeito Edito Teles, compareceu lá com a sua equipe para que convencesse aos deputados que apresentasse uma emenda e a Comarca Viesse para Terra Nova. Isso foi feito; no dia do casamento da filha do deputado, o Prefeito me convidou que eu era o seu Secretário, e seu irmão Luiz Teles de Menezes que era vereador. Nós fomos lá, e lá nós tomamos o conhecimento, de que tinham muitos deputados no casamento. Então o Doutor Almir Menezes, apresentou o Prefeito me apresentou, e apresentou Luiz Teles. Disse que nós estávamos ali, para pedirmos aos deputados que apresentasse uma emenda para que o Fórum viesse ser em Terra Nova, e isso foi feito e hoje nós temos o Fórum de Terra Nova. A história do Fórum foi essa.

Banguê- Do Fórum ou dá Comarca?

Entrevistado- Da Comarca.

Banguê- O Fórum…

Entrevistado- O Fórum,ali era o cinema antigo já não funcionava mais, e o Eduardo Valente desapropriou a área do cinema, que tinha cinco ou seis sócios daquele cinema, ele desapropriou pagou a cada um, e no local construiu o Fórum da nossa Terra.

Banguê – E a ponte?

Entrevistado- Ali existia uma ponde de ferro, que era da Leste. A leste vendeu ao ferro-velho, e os compradores houve um equívoco invés de cortar a ponte daqui eles cortaram a ponte uma de Jacuípe. Quando descobriram que estavam errados, cortaram a Leste. Em 1978, de 78 para 79, eu fui à Leste com seu José Raimundo da Silva Lima, que era o prefeito atual, para comprar a ponte, para eles não tirar a ponte. Eles nos garantiram que não iriam tirar a ponte, pois era a ponte que unia Terra Nova Velha com Terra Nova, como era conhecida. Mas anos após, o ex-prefeito que era vereador, arrumou com o deputado Marcos Medrado, para que fosse retirada aquela ponte, que já estava velha e construísse uma ponte de Cimento. Hoje aonde liga Terra Nova com Terra Nova Velha.

Banguê- Arthur Inácio, você empregado da Lavoura indústria Reunido, ou seja, na Usina Terra Nova trabalhou no hospital da Usina Terra Nova. E também teve a sua vida voltada, depois da sua saída para Usina que a gente viu nessa entrevista, para o município sua vida política. Então queria que você falasse um pouco da sua experiência digamos na Usina, no nível de quantitativos de empregados, faz aí um relato do que você sabe.

Entrevistado-Olhe pelo o que eu sei, entre campo e Usinas, vou dizer Usina por causa da Usina Aliança, a Usina São Bento a Usina São Carlos, aí vai mais de três mil pessoas. Fechando, a primeira Usina a ser fechada foi a São Carlos, depois fecharam a Usina São Bento, terceiro fecharam a Usina Terra Nova. E ficou a Usina Aliança, que hoje não pertence mais ao grupo. Naquela época, se hoje nós tivéssemos a Usina Terra Nova e a Usina Paranaguá, a renda do município seria muito boa.

Banguê- Então, especificamente, a Usina Terra Nova em que governo, quem era o prefeito quando se fechou a Usina Terra Nova?

Entrevistado- José Raimundo da Silva Lima conhecido como Zeca Caio aí foi que fechou, a Usina acabou, o hospital acabou e a cidade ficou desfalcada né. Tanto com a usina quanto com o hospital. Se nós tivéssemos hoje o hospital, como era o da Usina, nós não precisávamos ir daqui para Feira, Santo Amaro, porque aqui na época que funcionava o hospital, nós recebíamos pacientes de Ferira de Santana, Santo Amaro, Alagoinhas, e outros lugares.

Banguê- E me diga existia algum convênio, da Lavoura Indústria, para esse atendimento hospitalar com a Prefeitura ou algum órgão do Governo? Ou a Indústria Reunida Bancava tudo isso?

Entrevistado- Era um hospital particular, quem bancava tudo era a S.A Lavoura Indústria. Não havia nenhum tipo de convênio. Como era para o povo da Usina, o particular bem muito das vezes, que fosse uma pessoa pobre que não trabalhasse na Usina seria atendido.  Mesmo como eu falei as pessoas pobres que viam de outras cidades como: Santo Amaro, Feira de Santana e Alagoinhas, eram atendidas gratuitamente.

Banguê- Arthur, Terra Nova através da Usina tinha alguns prédios, alguns vamos dizer assim, algumas casas que poderiam ter ficado aí até como lembranças históricas assim como temos hoje, o Chalé residência dos gerentes das Usinas, que hoje funciona como a Prefeitura, temos hoje ainda aí o Bueiro, que é uma lembrança. Como é, houve alguma tentativa da Prefeitura para deixar como exemplo, as instalações do hospital, digo só as instalações físicas não vou dizer o material, talvez a Prefeitura não pudesse bancar, e outros prédios?

Entrevistado- Não. Olha o doutor Salim Salomão, quando voltou da segunda vez, veio mesmo já para destruir a Usina. E, ele parece que não gostava de hospital, pois o homem que tira uma ambulância e coloca um Jeep em um hospital, ele não gosta de hospital. O prefeito na época José Raimundo da Silva Lima- Zeca Caio, foi chamado por um operário da Usina, Antídio Roque que ele fosse lá, que ele tinha recebido a ordem para demolir o hospital, o prédio. Dois dias ou três após a chamada de Antídio, nós fomos lá, eu fui junto com ele, e lá eles estavam quebrando as paredes a marteladas e não havia, mas jeito. Já estava todo demolido, ficou apenas uns raios-X, que não poderão quebra não sei, que botaram lá no Chalé.

Quando Eduardo se elegeu como Prefeito, quis recuperar o raio-X,até hoje nós não temos um raio-X em Terra Nova, quis recuperar, mas não houve condições.

Banguê- Então pelo o que você está me dizendo se houvesse um maior empenho por conta dá Administração da Prefeitura de Terra Nova, alguns prédios poderiam o hospital especificamente, poderiam ter ficado pela Prefeitura?

Entrevistado- Poderia. E como as casas dos médicos, três casas onde moravam os médicos foram também demolidas, e essas casas não poderiam ficar para Prefeitura. Como nós temos aqui de junto está o Ginásio uma casa que era da Usina, o Eduardo tomou por 20 anos, e daqui é onde funciona hoje o Infocentro.  Se houvesse boa vontade, nós teríamos a casa do hospital, por que lá funcionava o hospital, as casas dos médicos, três casas muito boa, mas não ouve boa vontade demoliram. Só não ficavam, as ferramentas de cirurgia porque Doutor Salim Salomão, vendeu tudo para Alagoinhas, e então só ficava &&&.  Se recuperando aos poucos.

Banguê- Aí a gente sabe o prejuízo que deu para Terra Nova, o fechamento da Usina. Entre tanto, a gente sabe também, que essa mão de obra foi absorvida pela Petrobrás, que estava praticamente no seu início, foi absorvida pelo Cimento Aratu. Você sabe de pessoas, que saíram daqui Usina e foram diretamente para a Petrobrás?

Entrevistado- O pessoal mais indicado é Bernardo Bittencourt de quem nós chamamos de Bel, faça entrevista com ele que ele vai lhe dizer à data que ele saiu, e outros colegas dele o acompanharam.

Salvador, 07 de Março de 2020.

Viraldo -Artur, lendo o livro Cartas Baianas de Antônio D’Oliveira Pinto da França, -o assunto versado envolve o Engenho Aramaré-me deparei com você dentro do livro, como cicerone de Dom Antônio até a fazenda Aramaré, me fale sobre isso.

Artur – Após eu e um amigo Chumba chegarmos do enterro de um antigo comerciante conhecido porBida [Seu Bida] nos sentamos na escadaria da igreja de São Roque. Parou um carro um carro com três cidadãos, e um deles nos perguntou se conhecíamos Artur Inácio. Nós não sabíamos quem eram o que era respondemos que não, que não conhecíamos Artur Inácio. Aí o Don Antônio disse: não é nada não, é que nos fomos informados que Artur Inácio tem amizade com o dono do engenho Aramaré. Então eu me apresentei – Artur Inácio sou eu, sou amido de Luiz Dantas.

Então ele disse: eu quero ir á fazenda Aramaré, que foi do meu bisavô Marechal Luiz Paulino de Oliveira Pinto da França. Então eu o troce a minha residência, minha esposa [Niêta] o recebeu bem. Mas por motivo do carro dele não entrar em Aramaré [terreno de massapê] eu aluguei um jipe de um senhor daqui e nos fomos até a fazenda Aramaré.

Lá encontramos com o Senhor Luiz Carvalho de Souza Dantas, que deu alguns dados a ele, mas que ele não podia ir até o local [antigo sobrado] porque estava acamado, mas como eu conhecia mais ou menos o local que tinha sido a casa antiga eu [ele disse] iria com eles. Lá nos cavamos e encontramos tijolos. Tirei um inteiro para eles levarem que era para dividirem entre eles.

Viraldo – Nessa visita a Aramaré com Dom Antônio, quem mais acompanhavavocê disse duas pessoas, você se lembra dos nomes.

Artur – Dom Bento, pai e Dom Bento filho. Esse Dom Bento filho trabalhou na rádio Globo do Rio de Janeiro. E talvez ele fosse colocar alguma coisa de Terra Nova, assim que nos déssemos [prefeitura e câmara de vereadores] o nome de Luiz Paulino a uma praça, também sairia na rádio Globo.

Viraldo – Como você tinha intimidade com o pessoal do Aramaré, estava presente na conversa entre Luiz Dantas e Dom Antônio, fale dessa conversa.

Artur – Quando foi perguntado a Luiz Dantas sobre a fazenda Aramaré disse: quem tinha conhecimento era meu pai, já falecido. Eu sei bem pouca coisa. Eu sei que o tamarineiro foi plantado por Dona Maria Barbara [Má. Barbara Pinto de Madureira]; eu sei que aqui tinha uma olaria ali. Ai Dom Antônio disse: A fazenda Aramaré ia daqui até o Papagaio, tudo era do Marechal Luiz Paulino. Aí Luiz Dantas disse: isso eu tenho conhecimento. Depois da morte de Luiz Paulino, Maria Barbara vendeu uma parte para o Barão de Bomjardim [] e só ficou com essa parte denominada Fazenda Aramaré, mas, Luiz Dantas disse: o Artur que há muito tempo nos serve como enfermeiro, e tem conhecimento de onde era a Casa Grande, hoje é uma casa nova já construída pelo meu pai [noutro ponto], onde foi à olaria e pediu para mim fosse ate lá e mostrasse a ele onde foi o banheiro, onde Maria Barbara tomava banho. Eu fu lá mostrei nos tiramos um tijolo que ele levou [para Portugal] e que ia dá um pedaço a cada um e colocar… Tipo um nicho, cada um dos herdeiros.

Viraldo – Então deve ter sido emocionante para eles e ai depois da olaria você foi levá-los ao reduto no Pojuca onde Maria Barbara tomava banho.

Artur – Fui. Ai eles fizeram uma cena para demonstra como era: chamou uma pessoa com uma sombrinha, para demonstra como Má. Barbara tomava banho. Ai essa pessoa, uma garota, desceu com a sombrinha aberta, foi lá fez que tomava banho e voltou. E ai iaum empregado também… E esse empregado fui eu (risos) com a garota encenando Maria Barbara, eu era o empregado de Maria Barbara. Ela foi até o banheiro e lá tomou banho, e eu voltei com ele até a Casa Grande.

Viraldo – se você voltou no tempo, você não era o empregado, você era o escravo de Maria Barbara.

Artur – era naquela época eu era escravo. Mas por incrível que pareça eu não era muito escravo porque a moça também era da minha cor [negra]

Viraldo Ribeiro

Viraldo

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