Centro Cultura de Terra Nova
Escrito por Viraldo B. Ribeiro
Dom, 25 de Julho de 2010 07:01
Esse trabalho é uma proposta, a manifestação de um desejo, uma pretensão, um sonho do pessoal do Espaço Bangüê para que seja construído em Terra Nova, um imóvel voltado para a cultura, para as artes, que, com certeza despertará e atenderá aos anseios artísticos e culturais dos terranovenses, e, em especial, da comunidade jovem e estudantil. A cidade carece de um local público onde seus cidadãos e cidadãs possam sentar, ler, pesquisar, conversar comodamente.
Se não fizermos nada para superar essa carência existente, o que será Terra Nova daqui a dez, vinte, cinqüenta anos? De que forma enfrentaremos os desafios do mercado de trabalho; participaremos ou ficaremos à margem das benesses do desenvolvimento; como alcançar outra escala social?
Noutros tempos, na economia predominava o setor primário – agricultura, e uma indústria incipiente, que não exigiam um nível razoável de alfabetização e de conhecimento. Com o desenvolvimento tecnológico, os setores agrícola, industrial e comercial a cada dia se sofistificam através da informática, exigindo, assim, mão de obra mais qualificada, adequada com a realidade. No setor de serviços como bancos, transporte aéreo, hoteis, companhias telefônicas etc, são grandes consumidores de mão de obra que requerem um conhecimento mais sofisticado.
Se desejamos algo melhor para os futuros terranovenses, esse futuro é agora, ou melhor, já começou, e quem tem o dever de refletir, executar, e de prever essas necessidades é geração que hora está à frente na polìtica, nos orgãos constituidos, nas organizações comunitárias, nas escolas. Cada um, conjuntamente ou não, é responsável pelo amanhã da gente da nossa cidade , do nosso município.
Se hoje já é muito difícil galgar bons lugares no mercado de trabalho, imagine amanhã. A existência de um Centro Cultural induz para resgate das manifestações culturais adormecidas, em Terra Nova, para dar maior concistência à identidade do lugar, e será um grande aliado da Escola.
Para um município pobre, com pouco recurso aplicar-se esse recurso no projeto parece até uma despesa não prioritária, entretanto o gasto não é uma despesa e sim um investimento. Pode ser visto até como uma coisa ambiciosa, fora das prioridades, inalcançável no momento. Mas é preciso, ousar, sonhar e preparar um projeto utópico, utópico como sinônimo de sonho, lembrando que toda novidade na vida foi antecedida de um sonho.
Recentemente, lemos no jornal A Tarde – dia 20.03.2010, um artigo do arquiteto Lourenço Mueller, tratando de projetos grandiosos, tipo a ponte Salvador/Ilha de Itaparica; uma ligação perpendicular entre a via Cia-Aeroporto á Salvador, já denominada de Linha Viva, projeto da urbanista Maria Elisa Costa (filha de Lucio Costa). Essa linha atravessaria longitudinalmente a cidade de Salvador. Reproduzimos o primeiro parágrafo do texto: Utopia é sinonimo de projeto irrealizável, quase um sonho. Não obstante, a esfera do sonho, da fantasia, antecipa o real; não há realização construida se esta concretude não for em algum momento sonhada, imaginada, planejada”.
É importante citar um sonho dos ferroviários da Bahia (entre os quais me incluo), projetado pelo engenheiro Vasco Neto, há cinquenta anos – a Estrada de Ferro Oeste/Leste, ligando a região da soja ao mar, através o porto de Ilheus – e prestes à concretizar-se.
Em Terra Nova, também, temos exemplo de um trabalho que se enquadraria entre os projetos utópicos. Referimo-nos ao trabalho feito na encosta do Morro, todas as ruas pavimentadas e protegidas com muros de pedra. Esses exemplos, é que nos faz acreditar na concretitude desse sonho – Um Centro Cultural em Terra Nova.
Localização e características para o imóvel:
Trata-se do terreno no fundo do Espaço Bangüê, quintal do imóvel, com pouco mais de trinta e quatro metros de comprimento por treze metros de largura. A localização da área é muito boa, pois fica para o nascente.
O fundo do terreno é limitado pela canaleta que passa pelos fundos das casas vizinhas ao Espaço Bangüê.
Duas ações transformariam a condição do terreno, de muito bom para excelente:
1ª. Aquisição de parte (ou total) dos terrenos vizinhos. Essa área, se anexada, possibilitaria que a entrada do empreendimento fosse pela Rua da Fonte da Grama
A indenização do terreno vizinho, quanto mais cedo ocorrer, menor serão os custos para o Município, pois o valor aumenta com as melhorias feitas pelos proprietários.
2ª. Drenagem das águas dos minadouros, águas pluviais, dejetos procedentes das residências, que dão fundo à valeta que conduz essas águas para o rio Pojuca.
Diante das dificuldades que, certamente, o Município terá para implementar esse Empreendimento, seria um passo importante que a área fosse já destinada a ele através de Projeto do Poder Executivo para a rua da Fonte da Grama. A construção seria concretizada nesta ou em outra Administração.
É fácil transformar sonho em palavras.
Está aí o nosso. Espero que as palavras tenham sido convincentes.
Transformar um sonho em realidade é que é dificil. Entretanto pior do que qualquer coisa é o pecado da omissão.
É oportuno fazer um paralelo entre o deslocamento do homem e o desenvolvimento econômico, de um ponto A para um ponto B, ou seja do presente para o futuro. Se o homem se desloca andando do ponto A para o B, ele olha não para o longe e sim para perto de si; se ele passa a correr, é necessário que olhe para mais longe e, à medida que aumente a sua velocidade, olhe para mais longe ainda.
O desenvolvimento econômico, como vem se processando hoje, é bastante rápido, portanto quem faz parte dele precisa olhar mais distante.
Por isso encaminhamos nosso pleito, a quem tem competência – o Sr. Prefeito – para transformar a utopia em realidade.
Assim, Senhor Prefeito, considerando ser mais uma forma de nós do Espaço Bangüê participarmos no desenvolvimento da comunidade, é que deixamos esse Trabalho em suas mãos, na certeza de que os próximos passos serão dados.
Terra Nova, abril de 2010
Viraldo Barbosa Ribeiro.
Os desenhos (plantas) do projeto, são uma colaboração de
Evilson Ribeiro da Silva e Robério Cordeiro.