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RETORNO; VOZ DE TERRA NOVA; FÁBRICAS DE CALÇADOS

Escrito por Viraldo B. Ribeiro
Sáb, 16 de Maio de 2009 10:01
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Número 25 Edição 01 -Terra Nova, junho 2003
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RETORNO

cboiAinda existe burro de cana
Conduzindo cana dos palheiros
Nos canaviais.

Dos mesmos qual vistes.
Com cangalha e gancho
Condutor, dono ou não, mangual à mão,
Tangendo mais um ou dois.

Ainda restam alguns,
Insistindo como as duas usinas,
Retarda o depois.

O companheiro da viajem,
Na visita do São Roque,
Aquele Milagre, depois do Engenho Novo,
Nas terras de Amélia Rodrigues,

Perguntou: moço
Tem também carro de boi?

Será que ele não sabia,
Que não tem mais carro de boi,
Pensei, ou perguntou por perguntar!

Tem não moço
Veio de resposta.

Os burros panham cana nos palheiros
E juntam pros caminhões pegarem,
Continuou.

Essa hora tão vindo
Com olho de cana
Olho de cana pra ração
Voltem amanhã

Amanhã cedo ta todo mundo.
Todo mundo no palheiro
Com sua tropa de burros
Lá naquele canaviá.

Completou de cima de sua montada,
De cangalha e gancho vazio,
Tangendo o outro burro,
Com cangalha, gancho, ração.

Viraldo

VOZ DE TERRA NOVA

ovozdaliberdadeUma rádio, um serviço de alto-falante pede ser bem utilizado, como meio de informação. Numa cidade pequena com uma população sem hábito de leitura, uma rede de alto-falante pode servir de transmissor de noticias de jornais e revistas, textos elaborados sobre o município, curiosidades etc.

Bangüê vem tentando junto ao proprietário que esse meio de comunicação passe a retransmitir A Voz do Brasil.

Bangüê bate palmas pelas palmas do Pético.
É isso aí companheiros, estamos pisando no
mesmo massapê.

ESCOLA AGRÍCOLA

agricola“Por casualidade veio-me à mão o Diário da Bahia de 23 de janeiro do corrente ano. Nele deparei com o convite de V.Exa aos proprietários que queiram tratar terreno seus para neles se estabelecer a escola de Agricultura”.

O registro acima se encontra no Arquivo Público da Bahia, Secção Colonial, documento número 4589, em uma correspondência endereçada pela administração do Engenho Pandalonga ao Instituto Baiano de Agricultura e, datada de 10 de fevereiro de 1863.

A Escola Agrícola visava formar técnicos para atender o setor agrícola, basicamente a indústria da cana, com uma forma técnica mais moderna.

A convocação dos proprietários dos engenhos, provavelmente, era para tratar sobre o local onde seria instalada a escola mediante arrendamento de terra. “Duas instituições são dignas de um exame aqui, objetivando evidenciar o poder e os serviços desempenhados pelas famílias patriarcais do Recôncavo e, mais especificamente, pela família Costa Pinto, de Santo Amaro. Em 1859 D. Pedro II, quando de sua visita às províncias do Norte, fundou uma instituição, há muito sonhada Imperial Instituto Baiano de Agricultura. Este Instituto veio representar, embora malogrado, relevante papel na modernização da agricultura da Bahia.A segunda instituição foi a Companhia de Estrada de Ferro de Santo Amaro”. Parágrafo retirado do livro O Engenho Central Bom Jardim, pág. 35. de Eul-Soo Pang. As sucessivas crises da indústria do açúcar reclamavam por técnicas modernas, na lavoura, no engenho e no transporte. Esse era o sentimento dos proprietários rurais e do Estado, para competir no mercado, através do aumento da produtividade da cana, melhorar o refino, redução do frete.

Sobre a Escola Agrícola, no tempo de Patronato de Menores, assim se pronunciou o professor Juvenal Alves dos Santos, um homem do massapê, sempre presente nos problemas, seja como adolescente sindicalista,seja como político: “Alguns funcionários e professores preferiam residir em S. Amaro ou S. Francisco do Conde e não na própria escola. Os que residiam em Sto. Amaro usavam os bondes puxados a burro até o Conde e daí iam de Canoa até a Escola. Os que residiam em São Francisco do Conde iam de Canoa ou de Navio. Entre as pessoas que residiam em S. Francisco do Conde vale mencionar o poeta Artur de Sales, autor do Hino a Senhor do Bonfim”. Lembra também o professor Juvenal, que o Imperador D. Pedro, ao passar próximo da ilha de Cajaiba, recusou as homenagens do proprietário do Engenho Cajaiba, O Barão Alexandre Gomes Argolo Ferrão, em represália às atrocidades que o Barão fazia com os escravos.

FÁBRICAS DE CALÇADOS

fabrica2Noventa e quatro jovens, homens e mulheres trabalham na fábrica Free Way. Foi o que disse o gerente, Cleomar, quando Bangüê, no dia 05 de junho, visitou essa indústria de sapato, inaugurada em 05 de dezembro de 2002, em Terra Nova.

E disse mais:”a produção é de 500 pares por dia. Está previsto, no fim do ano, passar para 1000 pares”

A fábrica está instalada dentro da área em que funcionou a Usina Terra Nova. São dois galpões grandes,instalados numa área de 1730 metros quadrados, separados por um pátio aberto. As máquinas estão em fileiras para um processo de fabricação em série (corte, costura, cola etc), sendo que um galpão tem duas baterias e o outro uma.

A duplicação da produção só depende do consumo, pois, a capacidade instalada já é suficiente. A nova demanda implicaria um aumento da mão de obra e da produtividade do equipamento.

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