Engenho Brotas

distrito do rio fundo2

 

O que resta do engenho é a ruína do bueiro e provavelmente alvenarias demarcando casa-grande e a própria fábrica. Está localizado, também como o Engenho S. Miguel no lado esquerdo na beira da Br 324, no inicio da ladeira da Embira, no sentido de Feira de Santana.

Se fôssemos culturalmente preservadores, os proprietários, ou mesmo o governo municipal, já teria limpado a área, criado um pequeno acesso, construído qualquer proteção, em volta para destacá-lo, facilitando visitas.

O engenho Brotas pertencia a freguesia de São Pedro do Rio Fundo; hoje suas terras ficam dentro dos limites do município de Amélia Rodrigues.

O desprezo que mostramos por essas provas de uma faze da economia do Brasil, apesar dos seus poucos trezentos anos, não deve se perpetuar. Precisamos ser despertados para isso, cabe às cabeças pensantes, reverterem essa tendência com os recursos da comunicação que temos, inclusive colocando-as à disposição das escolas que são pontes para a ligação entre o passado e o futuro.  

Do outro lado da pista rodoviária, palmeiras imperiais, outro marco da faze inicial da industrialização da cana de açúcar, se mantém garbosamente dentro da restinga.

 

matriz r.fundioRio Fundo

Quando em 1718 foi criada a Freguesia de São Pedro de Itararipe e Rio Fundo, desmembrada das Freguesias de Nossa Senhora do Monte e da Nossa Senhora da Purificação da Vila de Santo Amaro, tinha a mesma, quase vinte engenhos,  conforme informações retiradas no Arquivo Publico “Guia de Secção Colonial e Provincial Livro 609 paginas 90 e 93.

A historia da matriz, sua edificação é também mostrada em “Segredos Internos” de Stuart Schwartz página 227 … “Em 1709 casou-se com uma cunhada, filha do senhor de engenho Jerônimo Muniz Barreto. Com o casamento, Lopes Fiúza tornou-se proprietário de Engenho de Baixo, em Paramirim; tempos depois, comprou o Engenho São Pedro de Tararipe, situada onde mais tarde seria a paróquia de Rio Fundo.”

Hoje Rio Fundo é um distrito do município de Terra Nova. As paredes que restaram da matriz, precisam ser estabilizadas, seu espaço interno (pois já não tem telhado) ser aproveitado com alguma coisa útil para a comunidade, tipo um centro cultural, uma oficina de costura.

É muito importante que esta página da historia do Recôncavo não seja totalmente rasgada. Com alguns remendos ainda se lê bastante informe.

É muito importante também que se aproveito o momento, em que no poder dispõe de pessoas sensíveis para estas causas.

Os governantes, com raras exceções, em qualquer nível, principalmente municipal, cometem atos no mínimo insensatos em relação a uma quase inexistente memória do passado histórico do município, trocando nomes de ruas e imóveis públicos, que homenageavam médicos, políticos, professores, pessoas comuns, que se dedicaram á sua, enfrentando as maiores dificuldades, comunidade, por nomes de políticos de plantão, que mais ignorantes ainda aceitam essas homenagens em troca de liberação de verbas. Estes atos além de insensatos, contrariam sempre as leis pois homenageiam pessoas vivas(pai, mãe, filhos) que nem sabem em que “norte”está o município.

Uma forma de ajudar essa comunidade calada desses atos autoritários, é aproveitar esse momento com uma política de preservação suas arquiteturas, de sua memória.

Este texto se encaixa em quase todos os municípios da Bahia entretanto o grito é para o nosso Recôncavo berço de nossa terra.